Ensino

Deus ama a todos e a cada um dos homens!

“Deus ama a todos e a cada um dos homens, ainda que estes tenham feito de tudo para não merecer esse amor”. 

Seguramente, o mandamento “Amai os vossos inimigos” é um dos mais conhecidos ensinos de Jesus. Esse mandamento está fundamentado na verdade de que Deus faz nascer o sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos:“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos (Mateus 5:43-45).

O cuidado de Deus em relação aos homens não se resume a fazer nascer o sol e dar as chuvas, e nem apenas às coisas desta terra. Afinal, “que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mateus 16:26). Todo cuidado de Deus para com os homens tem o objetivo de se fazer conhecido, de dar testemunho de Si mesmo:

“… nas gerações passadas, [Deus] permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria” (Atos 14:16,17).

O apóstolo Paulo, pregando na cidade de Atenas, se mostra convicto de que Deus proporciona condições para que os homens possam buscá-lo:

“…de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós (Atos 17:26,27).

Por isso, não deveríamos estranhar que Paulo, ao ensinar sobre o dever de orar por todos os homens, pelos reis e todas as autoridades, tenha destacado a verdade que fundamenta tal mandamento:  Deus quer que todos os homens sejam salvos:

“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (I Timóteo 2:1-6).

Orar por todos os homens é algo bom e aceitável diante de Deus, porque Ele quer que todos os homens sejam salvos, isso é evidenciado pelo fato de que Jesus se deu em resgate por todos.

Sei que certas pessoas apresentam objeções dizendo que “todos os homens”em I Timóteo 2:4 não significaria exatamente “todos os homens”, mas seria apenas uma referência a “todos os tipos ou classes de homens”. Entretanto, não vejo no texto qualquer razão  para pensar que a expressão “todos os homens” signifique  algo menos do que todos e cada um dos homens, sem qualquer exceção. Isso não deveria nos surpreender, posto que essa verdade é coerente com o que Deus revelou de Seu próprio caráter ao longo das Escrituras.

É o próprio Senhor que declara que não tem prazer na morte de ninguém, querendo antes que cada pessoa se converta e viva. Ele não tem prazer nem mesmo na morte do perverso, desejando sua conversão.

“Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei” (Ezequiel 18:32).

Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? – diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva? (Ezequiel 18:23).

“Dize-lhes: Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel?”(Ezequiel 33:11).

 

Deus verdadeiramente quer que o perverso deixe o seu mau caminho. O Senhor é rico em perdoar:

“Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar (Isaías 55:6,7).

Segundo o apóstolo Pedro, o Senhor é paciente, não querendo que ninguém pereça, mas sim que todos cheguem ao arrependimento.

“Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (II Pedro 3:9).

De fato, há alegria no céu quando um pecador se arrepende (Lucas 15:7).

E o que Deus fez para salvar o homem? Deu a maior demonstração de amor ao mundo, dando a vida de seu Filho unigênito, para que os que creem nEle tenham a vida eterna. A vida de Jesus foi dada em favor da vida do mundo.

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”(João 3:16).

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne” (João 6:51).

Se ainda há alguém que duvide da extensão do amor de Deus, o apóstolo João deixa claro que Jesus é a propiciação pelos pecados do mundo inteiro.

“e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro (I João 2:2).

Verdadeiramente, Jesus provou a morte por todos e a extensão da graça de Deus, de Seu favor imerecido, alcança a todos os homens. Assim como o pecado atingiu a todos, sem exceção, assim a misericórdia de Deus veio sobre todos.

“vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem (Hebreus 2:9).

“Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida” (Romanos 5:18).

“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tito 2:11).

A obra redentora foi possível porque Deus ama a todos. Por tudo isso, Paulo pôde declarar com toda certeza que o Deus vivo é o “Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis” (I Timóteo 4:10). À luz de João 3:16, sabemos que a salvação é oferecida ao mundo, mas só a recebem aqueles que depositam sua fé em Cristo. Jesus é o Salvador de todos os homens, pois não há nenhum outro nome pelo qual possamos ser salvos (Atos 4:12), mas Ele salva efetivamente todo aquele que crê no Evangelho, aquele que dá crédito à pregação.

Deus quis que fosse assim. Ele escolheu salvar pela loucura da pregação (I Coríntios 1:21). Por isso Jesus enviou seus discípulos a pregar o Evangelho à toda a criatura, anunciando a todos os homens que se arrependam de seus pecados. A fé vem por ouvir a pregação, e todo aquele que invocar o  nome do Senhor será salvo.

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura(Marcos 16:15).

“Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam” (Atos 17:30).

“Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Romanos 10:13).

O que torna possíveis a fé e o arrependimento é a obra do Espírito Santo de convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8-11)

É verdade o homem pode rejeitar à Palavra, resistir ao Espírito Santo e se recusar a crer e a se arrepender (Lucas 7:30, João 1:11; Mateus 23:17; Atos 7:51, 13:46 e 19:9; Apocalipse 2:21 e 16:11). Mas, apesar disso, o Evangelho continua sendo oferecido sinceramente por Deus a todo homem. Todos os que estão cansados e sobrecarregados podem ouvir do próprio Senhor: “Vinde a mim!” (Mateus 11:28,29). Os sedentos podem ouvir: “Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida” (Apocalipse 22:17). E multidões têm sido saciadas ao longo da história.

De fato, Deus ama a todos e a cada um dos homens, sem qualquer exceção. Deus é amor (I João 4:8)

Em Cristo,
Anderson Paz