Reflexões

Onde estão os homens valentes?

Vivemos num tempo em que se diz que Deus está levantando as mulheres. Não é só na igreja, mas em todo o mundo, vemos mulheres em “ascensão” e na família, inclusive, homens e mulheres trocam seus papéis. Quem sou eu para dizer o que Deus está fazendo ou quem Ele está levantando, mas…

Muito se fala hoje em mulheres como Débora – juíza em Israel, sábia, lúcida para enxergar o Senhor no meio de um povo idólatra, que se chamava de povo de Deus. Sua história é muito interessante: um dia ela chamou Baraque e lhe despertou para o fato de o povo andar oprimido pelo inimigo por causa de seus pecados, e que agora, o Senhor mandava Baraque conduzir Israel à guerra. Baraque não quis ir sem Débora, e a levou para o campo de batalha. Ela foi, mas lhe disse que a honra daquela batalha, Deus deixaria nas mãos de uma mulher.

E assim foi: Jael foi destemida, corajosa e matou o rei do exército inimigo. Então cantou Débora: “bendita seja sobre as mulheres Jael (…) à estaca estendeu a mão e ao maço dos trabalhadores a direita; e deu o golpe em Sísera, rachou-lhe a cabeça, furou e traspassou-lhe as fontes…a seus pés se encurvou e caiu; onde se encurvou, ali caiu morto.” (Juízes 5:24-27)

Eu me alegro em imaginar o inimigo sendo transpassado, pois é isso que ele merece. Mas não é muito normal a imagem de uma mulher fazendo isso. Algumas vezes parece que Deus permite situações que demonstram claramente sua misericórdia pelo seu povo, usando quem lhe apraz. Não quero entrar no mérito da vontade de Deus nessa situação, pois a Deus pertencem os mistérios e a nós as coisas reveladas. (Deuteronômio 29:29)

O que arde no meu coração hoje, é que a Igreja é uma nação, que tem uma forma de viver e ver o mundo, e que não pode ficar acomodada vendo homens morrerem enquanto mulheres vão para uma guerra que não é delas.

O homem tem força, tem coragem, é centrado; e a mulher é ajudadora, corre para socorrer, acredita sempre que debaixo dos escombros tem vida, prefere perguntar do que seguir pelo caminho errado, prefere chorar e pedir ajuda do que levar um tombo e ficar sem as pernas. A mulher pode ajudar a curar os feridos, alimentar, cuidar, e assim por diante. E posso dizer que toda filha de Deus, ama esse papel.

Quando Deus nos coloca em lugar de juíza, e temos que cravar a estaca na cabeça do inimigo a gente faz, mas se Baraque quisesse ir, ele podia. Ele já tinha a Palavra do Senhor, ela basta. Eu acho que eu responderia prontamente como Débora: quer que eu vá para guerra? Eu vou. Mas cadê sua honra na batalha? Quem vai arrancar a cabeça do inimigo? Quantos homens hoje, se apoiam na espiritualidade de suas mulheres? Quantos homens cristãos abdicaram de seu papel de sacerdote no lar? Mulheres têm assumido esse papel.

Vejo um vale de ossos secos: homens se esvaindo, sem forças, sem objetivos. Acho que o cenário de guerra nunca foi tão próprio antes do que agora, para a igreja do séc. XXI. Homens têm sido abatidos. Alguns se desviam do caminho, outros simplesmente estão se arrastando no meio do pelotão. Soldados se sentaram no meio do campo de batalha. Estão sujos, arranhados, com espadas cegas, armas sem munição, com fome, fracos e sequer têm o desejo de viver. São homens que acreditaram que para eles a guerra acabou. O pior é que homem detesta pedir ajuda, ou são suficientes, ou não são nada.

Não penso que tenho a solução para Eles, mas o Senhor tem! É para isso que somos igreja: podemos interceder, manter a guarda uns dos outros e clamar por nós para que Ele nos guarde enquanto nos cuidamos para não cair. Creio que a nossa união é uma bomba poderosa capaz de expandir o Reino de Deus e explodir a cabeça do diabo. Em Gênesis 11, Deus nos revela que mesmo quando é para os maus desígnios, a união de homens tem muita força para alcançar objetivos. Imagine quando a força que nos une é o Espírito Santo e os objetivos são os do próprio Deus!

Na prática, penso que estamos com uma emergência no Quartel General: os homens precisam uns dos outros, suas armas precisam de consertos! Eles precisam estar juntos, compartilhando os mesmos anseios e dificuldades para poderem ter esperança e sobreviverem nessa guerra. Há muita culpa sobre os ombros desses que sabem do seu papel e não o cumprem. Há homens desapontados consigo mesmos, achando que o tempo do seu chamado se foi.

Podemos interceder (mandar bomba no inimigo) e profetizar vida sobre nossos homens, mas não vamos esquecer que estamos em uma guerra e precisamos de estratégias.  A reunião de domingo é uma trombetada para animar, despertar, mas ainda não é o Quartel General. Vamos agir.

Quero só lembrar com alegria, que depois de Débora, Deus achou um homem, que como os outros, vivia se escondendo do inimigo. E no seu primeiro encontro com o anjo do Senhor, ele foi surpreendido por uma frase no mínimo estranha ao se tratar de alguém como ele: “O Senhor é contigo, homem valente!”

Quero dizer hoje profeticamente a frase do anjo e dedicar uma canção aos meus irmãos:

O SENHOR É COM VOCÊS, HOMENS VALENTES!

Circunstâncias dizem que não dá
Falam que você está tão perto de parar
Coração Valente/ é assim que hoje quero te chamar

É normal na guerra se ferir
E pra não morrer às vezes pensa em fugir
Cego pelo medo/ não vê que o gigante é bem menor
Que a mão de Deus

Não quero contar na história que você morreu
Se por um tempo você só adormeceu

Coração, por três dias Jesus parou de respirar
Prá fazer você ressuscitar
Tudo bem de carne você é, mas sua estrutura é a fé
Coração Valente você não pode parar!
(Anderson Freire)

 

Texto por Marlene L. Guimarães

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