Reflexões

Votos para um ano de paz!

Sempre que um ano chega ao fim os votos para o próximo ano se tornam o tema central nas conversas, redes sociais e encontros de fim de ano. As pessoas demonstram mais introspecção e revelam seus desejos por mudanças. Um dos principais clamores que são feitos de forma unânime é o desejo pela paz. Quem não quer uma vida de paz? Quanta gente diz que trocaria tudo por um pouco dela? Se ela pudesse ser contabilizada talvez viraria moeda de troca.

Geralmente confunde-se paz com sossego, com uma vida tranquila, sem perturbações, sem preocupações com grana, sem doenças, sem inimizades. Principalmente quando o tema é dinheiro, tem gente que pensa que uma carreira “estável” ou a notícia de uma herança são as respostas para os seus problemas. Afinal, “é mole ter paz quando se tem grana”, pensa uma maioria iludida com a fascinação das riquezas.

Prefiro ficar com as palavras de Jesus que disse que existem dois tipos de paz: a  que Ele dá e a que o mundo dá

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo.” Jo 14:27

Conscientes disso, quero registrar meus votos para que vivamos desfrutando a paz que vem de Deus. E ela não está relacionada aos valores que a humanidade lhe atribui. Esse mundo relaciona a paz ao status social, à fartura dos rendimentos, à ausência de dificuldades, aos “sonhos” ou desejos realizados. Uma paz efêmera e ilusória. Porém no reino de Deus não é assim. Por isso quero aqui expressar alguns pensamentos sobre as verdadeiras condições pra vivermos uma vida de paz nesse próximo ano que já chegou.

1- Para ter paz, viva de forma rendida.

É isso mesmo. Quem quer viver uma vida de paz que se renda, na contramão do mundo que diz que nunca devemos nos render, admirando a “liberdade” (que muitas vezes não passa de mera obstinação!). A verdade é que precisamos nos render aos desígnios de Deus, aos Seus caminhos, à Sua vontade. Muitas vezes estamos fazendo força para viver aquilo que desejamos e não o que realmente Deus quer pra nós.

“Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz” (Lucas 14:31-32).

“Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” (Provérbios 3:6).

2- Para ter paz, reconheça quem você é.

Todos temos limites, temos dons específicos, graças dadas por Deus pra realizar funções e cumprirmos o chamado que Ele tem pra cada um de nós. Não adianta tentar ser o que não somos. Invejar o dom dos outros, hipervalorizar as nossas qualidades e minimizar os nossos erros e chamá-los de equívocos pra tornar menor a nossa vergonha de não ser o que gostaríamos. Não dá pra ter paz buscando ser outra pessoa e sem reconhecer quem nós somos.

3- Não faça força pra ser amado e aceito.

Na busca por ser aceito, na ânsia por ser amado pelas pessoas muitas vezes fazemos força para proteger nossa reputação, não atritamos quando é necessário, buscamos explicar minuciosamente nossas motivações, lidamos muito mal com o erro e administramos culpa. Quem administra culpa é o orgulhoso, que não se arrepende e não volta pra suplicar pelo perdão. Fica se sentindo culpado, entristecido mas não reconcilia.

A necessidade de ser aceito é humana. O problema é quando se vive escravo disso. É impossível se viver em paz quando o nosso compromisso de agradar as pessoas supera o compromisso de agradar a Deus acima de tudo. Se nos preocupamos mais com quem vê apenas o que está por fora e menos com quem vê tudo que pensamos e sentimos, alguma coisa está fora do lugar.

Na obstinação por ser aceito, amante do reconhecimento humano, Saul perdeu não apenas o reino mas também a aprovação e a graça de andar com Deus.

“Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único?” (João 5:44).

Se alguém tiver que nos amar e nos aceitar, que seja por que simplesmente nos entregamos a Deus e ao Seu amor e confiamos que Ele nos provê em tudo.

4- Para ter paz, cultive uma boa consciência.

“mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé” (I Timóteo 1:19).

A consciência e a fé são irmãs. Caminham juntas. A fé nos conduz a obedecer os testemunhos da consciência. A consciência é uma faculdade do espírito e nela temos um testemunho de Deus gravado como instrução para o caminho. Podemos ouvir a voz do Espírito ecoar através dos conselhos e alertas  da consciência. Quando rejeitamos uma boa consciência para com Deus, naufragamos na fé. Por isso precisamos cultivar essa boa consciência e obedecer seus estímulos.

Meus votos é para que, neste ano que se incia hoje,  essas condições se revelem como verdadeiras armas contra a ansiedade e a vida inquieta que muitas vezes levamos. Uma vida sem os fardos pesados que colocamos sobre nós mesmos. Já recebemos gratuitamente através de Jesus a aceitação que precisamos. Fomos aceitos pela justificação que temos no Seu sacrifício. NEle fomos reconciliados e podemos ter paz com Deus.  Essa realidade é uma das heranças mais profundas que recebemos em Cristo. Podemos ter paz com Ele! Esse fato deveria ser o suficiente para vivermos uma vida cheia da verdadeira paz. Ele é a nossa paz! (Efesios 2:14)

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1).

Ideraldo de Assis
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