Reflexões

Ponha-se no seu lugar!

Se a soberba precede a ruína (Pv. 16:18), a humildade que precede a honra (Pv. 15:33). Tal afirmação está em perfeita consonância com a declaração de Jesus:”qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (Lc. 18:14).

Se prestarmos atenção, perceberemos que quando se pergunta por uma definição do que é “humildade”, a maior parte das pessoas respondem descrevendo atitudes que são esperadas de uma pessoa humilde: não menosprezar os outros, não fazer as coisas para ter destaque etc.. Existe uma certa dificuldade em definir humildade em uma frase. Afinal, como poderemos defini-la?

Creio que encontramos a resposta para essa pergunta em Jesus, pois foi Ele mesmo que se colocou como modelo de humildade: “aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt. 11:29). Contudo, se colocar como padrão de humildade não é uma atitude que geralmente esperamos de uma pessoa humilde. E nossa dificuldade de compreender a humildade de Jesus se torna maior diante de declarações que Ele mesmo fez: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á” (Mt. 10:37-39).

À luz da vida de Jesus, entendo que humildade é ter uma correta visão de si mesmo. É saber quem você é, ou seja, se colocar no seu devido lugar. Por isso Jesus poderia dizer tudo o que disse a respeito de Si mesmo, expressando sua humilde. Ele, antes de lavar os pés de seus discípulos, sabia  que “o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus” (Jo. 13:3).

E nós? Quem somos? O que diremos a nosso respeito? Em poucas palavras, como nos definiríamos?

Creio que devemos começar pela palavra pecador, pois é isso que sou antes de qualquer coisa: “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl. 51:5). Por natureza, somos merecedores da ira de Deus, filhos da desobediência, inimigos de Deus. O publicano desceu para sua casa justificado ao assumir essa realidade, declarando: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lc. 18:9-14).

Reconhecer-se pecador é mais do que uma simples declaração. A percepção que temos do nosso pecado é demonstrada de forma prática.

O homem que sabe que é pecador, age com prudência, com cautela, sempre vigilante, pois o pecado é uma realidade que nos cerca todo o dia (Hb. 12:1). Esse homem se desvia do mal (Pv. 16:17) e guarda a palavra que diz: “Foge das paixões da mocidade” (II Tm. 2:22).

O homem que conhece a humildade, não despreza quem está preso ao pecado, e não se considera imune a essa situação, pois sabe que é um homem sujeito às mesmas paixões (Tg. 5:17). Contudo, isso não é uma justificativa para a omissão diante do pecado dos outros, fazendo mau uso de afirmações como “errar é humano” ou “ninguém é perfeito”. Mas o humilde observa com zelo a orientação paulina: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl. 6:1).

Esse homem é aberto para receber a repreensão, pois sabe que o Corpo de Cristo é ambiente para a admoestação mútua (Hb. 10:25), atitude que parte de corações cheios de bondade (Rm. 15:14). Ele também reconhece o chamado de Deus na vida de outros: “Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros” (I Ts. 5:12,13).

Sabemos que Deus nos chamou para a maturidade. Contudo, como crescer em Cristo sem cultivar a virtude da humildade? Devemos sempre nos lembrar que “Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça” (I Pe. 5:5).

Em Cristo,

Anderson Paz 
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