Reflexões

Covardia não é humildade

Não é raro encontrarmos pessoas que imprimem a qualidade de “humildes” à certos comportamentos que não passam de covardia e omissão. Precisamos estar atentos, pois certas atitudes que parecem humildes nascem de corações que de humildade não têm nada.

Um exemplo disso ocorre quando uma pessoa se esquiva de tratar do pecado de seu irmão, fazendo mau uso da verdade de que todos nós somos igualmente pecadores, e, portanto, não deveríamos repreender ninguém por seu pecado. Assim, a repreensão do pecado  seria um ato de soberba. Essa pessoa usa expressões como “errar é humano” ou “ninguém é perfeito”, além de fazer uma péssima leitura do mandamento “não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt. 7:1).

Essa péssima leitura é feita quando não se põe atenção ao contexto, que diz: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mt. 7:1-2).

Jesus está nos alertando para o fato de que seremos julgamos pelos mesmos critérios que julgamos às pessoas. E é por isso que, ao repreendermos alguém, não devemos impor opiniões pessoais, mas apenas reproduzir a Palavra. Uma vez que todos serão julgados por ela. Disso ninguém poderá escapar. Foi o próprio Jesus quem disse: “Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (Jo. 12:47,48).

É por isso que Jesus nos diz: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” (Jo. 7:24). Assim, é melhor que nosso irmão saiba hoje o que Deus diz sobre o pecado, para que naquele Dia ele não tenha que ouvir o veredito: “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mt. 7:23).

Nosso pecado não nos deixa irresponsáveis diante do pecado dos outros. A existência de uma trave em meu olho não me isenta de tirar o argueiro no olho do meu irmão, pois Jesus nos ordena: “tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” (Mt. 7:5). Preciso tirar a trave do meu olho para que eu possa ajudar meu irmão. Não posso fingir que o problema não é comigo. Fugir dessa responsabilidade é covardia, e não humildade.

Portanto, aquele que sabe quem é e tem plena consciência de sua própria pecaminosidade, não se omite diante do pecado dos outros, não cede à covardia. Antes, por se compadecer de seu irmão, o corrige com brandura, consciente de que está sujeito às mesmas tentações (Gl. 6:1). Esse homem sempre está atento à declaração de Paulo: Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia(I Co. 10:12).

Em Cristo,

Anderson Paz
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