Reflexões

O que fazer quando vêm as provas?

Tudo o que construímos será provado! Segundo às Escrituras, como uma metáfora, a nossa obra será submetida às provas, quer pelo fogo quer pela água, pois tanto o fogo como a água são elementos purificadores.

Quando eu penso sobre isso, a primeira lembrança que me vem a mente é o ensino de Jesus sobre a importância de praticar os seus mandamentos. No final do seu sermão que ficou conhecido como Sermão do Monte, o Mestre nos adverte da seguinte forma:

“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína” (Mateus 7:24-27).

Jesus é claro e enfático sobre a importância de não sermos apenas ouvintes dos seus ensinos. Ele fala sobre o risco grande que é negligenciar a Sua doutrina nos tornando apenas teóricos. Jesus chega a por em dúvida se de fato somos Seus servos quando apenas O ouvimos e não praticamos Seus ensinos. Ele diz também que não é suficiente chamá-Lo de Senhor e não obedecê-Lo:

“Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída. Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces, e, arrojando-se o rio contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa.” (Lucas 6:46-49).

Todo o nosso pragmatismo e todas as nossas fórmulas de sucesso serão provados ao longo do tempo. Por isso também, devemos ser mais humildes e cuidadosos quando falamos sobre um trabalho que ainda não está concluído e provado. A obra de todos será submetida às provas. A nossa própria vida, a nossa família, a igreja, as nossas amizades, os nossos empreendimentos, etc. Tudo será provado pela água ou pelo fogo.

A segunda metáfora que me vem a mente é o fogo que tanto Pedro quanto Paulo mencionam. O primeiro ensina que não devemos estranhar este fogo que nos prova, e que não é agradável a Deus sofrermos por praticar o mal e sim o bem e que devemos nos alegrar quando estamos sendo provados (1 Pe 4:12-16).

Já Paulo fala sobre a obra de cada um (1 Cor 3:10-15). Ele disse que podemos edificar sobre o Fundamento, ouro, prata, pedras preciosas, madeira, palha e feno. O apóstolo afirma que o Dia do Senhor provará o que fizemos como o fogo queima estes objetos, ou seja, a madeira, a palha e o feno serão destruídos. A advertência aqui é para aqueles que estão trabalhando na edificação de pessoas. Cuidado com as palavras vãs! Elas não produzem nada. Cuidado para não edificarmos sobre outro fundamento! Não adianta lançar pérolas aos porcos ou coisas santas aos cães.

Além disso, não devemos esquecer que quando o Senhor avalia o que estamos fazendo, na maioria das vezes estamos equivocados quanto a nós mesmos e a nossa obra. Isso fica muito claro quando lemos em Apocalipse as sete cartas enviadas às sete igrejas da Ásia. Ali nós percebemos que muitas igrejas “se achavam”, mas aos olhos Daquele que é o Dono da igreja, os que se achavam ricos, na verdade eram pobres, os que se achavam prósperos, na verdade eram miseráveis, os que se achavam com a visão, na verdade eram cegos, e também os que se achavam pobres, na verdade eram ricos. Portanto, não podemos confiar na nossa própria avaliação que fazemos das nossas obras e muito menos das dos outros.

À luz dessas verdades, gostaria de animá-los da seguinte forma: Vamos nos humilhar e pedir graça a Deus para vivermos a doutrina de Jesus. Graça para praticarmos Seus ensinos a fim de que a “água” não destrua a nossa casa. Vamos nos humilhar e pedir graça a Deus para passarmos pelas provas com a fé mais fortalecida. Vamos nos humilhar e pedir graça a Deus para edificarmos sobre as vidas com ouro, prata e pedras preciosas para que o fogo do juízo de Deus não queime tudo o que fizemos. Graça para sermos achados irrepreensíveis naquele Dia.

Porque as pessoas podem até nos aplaudir quando falamos sobre as construções da vida, mas se essas obras passarem pelas provas e não resistirem, a nossa ruína será grande. Mesmo quando falamos verdades, se não as praticamos, corremos o risco de salvarmos nossos ouvintes e nos perdermos. E se no final de tudo as palavras ficarem registradas em textos, áudios e vídeos, a prova da nossa arrogância ficará ainda mais evidente.

“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tiago 1:22).

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes.” (I Timóteo 4:16).

Em Cristo,
Sérgio Franco ><>

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