Reflexões

Experimentando mais de Deus nas tribulações

Em novembro de 2012 passei por tribulações que me fizeram refletir sobre vários temas. Passei por um problema de saúde grave, que os médicos não estavam conseguindo controlar, fiquei muito fraca, parecia que meu tempo aqui estava acabando. Foi um tempo em que Deus ficou em silêncio, em que eu não podia ouvi-lo, e não sabia o que dizer a Ele. Não conseguia discernir o que estava acontecendo. Meu único clamor era que Ele não se afastasse de mim e me desse coragem para prosseguir com fé. Eu, verdadeiramente permaneci em Cristo, nas regiões celestiais, como disse Paulo:                       .                              

“E nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Efésios 2:6).                                

Durante meu restabelecimento fui acompanhada diariamente por irmãs com a leitura do livro Uma vida com propósitos, durante 40 dias consecutivos, desde o hospital até quando tive alta. Em casa, me reunia com um grupo de oração há alguns anos, denominado “Terapia Oracional”, onde Deus se revelava tremendamente através de nossas orações e súplicas. Num desses encontros, essas amadas lançaram algumas perguntas, em que eu comecei a responder por escrito, mas guardei o caderno durante 3 anos. Na verdade, refleti muito sobre as questões, mas ainda não havia tido uma revelação genuína.

Hoje, ao retornar às perguntas, tive clareza e discernimento da verdade, e desejo responder aqui como testemunho:

1- Qual o maior medo que você sentiu nesse período e como você lidou com ele?

Vários pensamentos surgiam em minha mente, medo de morrer, medo de sofrer, medo de perder a fé, medo de ser reprovada por Deus, medo dos meus pensamentos negativos que surgiam constantemente. Quando esses pensamentos tentavam dominar a minha mente, eu me voltava para Jesus, relembrava o tempo todo que Ele era meu dono e que somente Ele tem poder sobre a vida e a morte e tudo estava no seu controle. Pensava que nada nem ninguém tinha poder sobre mim. Isso era constante, e logo novamente pensamentos de medo voltavam, e eu novamente o controlava buscando Jesus.

Eu estava numa batalha espiritual entre o bem e o mal o tempo todo, voltando sempre meu coração pra Jesus. Como Paulo disse aos Efésios: “Pois a nossa luta não é contra o sangue ou a carne, mas contra os principados , contra as potestades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (Efésios 6:12).

2- Como ficou seu relacionamento com Jesus após o acontecido?

Ao restabelecer minha saúde, durante algum tempo comecei a manter um relacionamento raso com o Senhor, sem intimidade, não estava conseguindo falar com o Senhor. Até que um dia o Espirito Santo me revelou o que estava acontecendo. Eu estava com medo de Deus. Medo de ser machucada de novo, de sentir dor, de passar por mais problemas com minha saúde. Era como se estivesse me escondendo de Deus para não ser atingida novamente.

Ao refletir sobre a situação, lembrei que há tempos atrás fiz um pacto com o Senhor. Pedi que Ele quebrasse esse vaso e fizesse outro novo, e foi o que Ele fez. Por esse motivo fiquei com medo de Deus, porque não é fácil enfrentar a dor. Quando falamos, não imaginamos a forma que Deus pode usar para quebrar o vaso para fazer outro. Mas quando experimentamos isso de verdade, podemos sentir o poder de Deus sobre nossas vidas.

É exatamente nesse momento mais difícil, de dor, tribulação, em que nosso corpo está machucado, que precisamos crer que Sua vontade é boa, agradável e perfeita.

“E não sede conformados com este mundo, mas sede  transformados pela renovação do vosso entendimento para que experimentais qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).

Isso tudo aconteceu porque o desejo do Pai é nós transformar no caráter de Cristo, e nos santificar para a vida eterna.

“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição. Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra” (I Tessalonicenses 4:3-4).

No momento em que expressamos esse desejo de fazer a vontade do Pai, somos batizados com fogo, para que o ouro seja refinado.

“Nisto exultais, ainda que agora, por pouco tempo, tenhais que ser entristecidos por todo tipo de provações, para que a vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo quando é apurado pelo fogo, seja comprovada como genuína e resulte em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (I Pedro 1:6-7).

3- O que Deus falou com você durante este tempo da enfermidade?

Deus falou muito sobre confiança, que eu deveria confiar somente NEle, e que era realmente meu único dono.

Falou ainda sobre Independência. Sempre tomei a frente de tudo em minha casa por achar que o meu jeito era o certo. Mas Ele me ensinou que existem formas diferentes de se fazer as coisas. Me mostrou isso através de pessoas ao meu lado. Eu não podia fazer nada sozinha, dependia em tudo de todos: marido, filhos, amigos, parentes, vizinhos, irmãos em Cristo.

Entendi que é o orgulho que nos faz pessoas independentes, porque queremos mostrar que somos competentes a ponto de não precisarmos dos outros para cuidar de nossa vida. Isso reflete nossa soberba, e o Pai quer nos ensinar a depender DEle. Deus me colocou no lugar onde eu deveria estar, visto que se um dia realmente me arrependi de viver independente do senhorio de Deus, naquele momento estava tendo a oportunidade de experimentar essa verdade: “A soberba precede a ruína, e a altivez de espírito precede a queda” (Provérbios 16:18).

Rosane Andretta

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