Família

“Nem todo amor serve para o casamento”

Nem todo amor serve para o casamento. Escutamos  de algumas pessoas frases como: “Te amo”, “Encontrei o amor da minha vida”, “Não posso viver sem você”. Mas, em pouco tempo, os mesmos que disseram estas palavras passam a dizer: “Nosso amor se esfriou”, “Já não te amo como antes, não sei o que aconteceu”, “Conheci outra pessoa que fez brotar em mim, outra vez, aquilo tão lindo que havia desaparecido”. E assim começa de novo este ciclo vicioso e destrutivo.

A confusão é grande. Os conceitos errados sobre o amor estão deixando famílias e filhos com feridas profundas que apenas o encontro com Deus pode curar.

O amor matrimonial necessita ser abastecido, alimentado. Precisa receber um amor igual ao que deve oferecer.

Voltemos ao principio: foi Deus quem criou e idealizou o casamento. O apóstolo João disse: “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (I João 4:8). Nos tornamos filhos de Deus quando nossos pecados são perdoados por crermos e confessarmos que Jesus Cristo os levou sobre Si e morreu por nossos pecados na cruz e ressuscitou ao terceiro dia e o Pai o declarou Senhor dos Senhores. E a palavra nos diz: “porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. O abastecimento do amor do Senhor é constante. Quem diz que não tem amor para dar não é um filho de Deus ou desconhece a fonte de amor que tem dentro de si ou, ainda, não sabe como usá-lo.

O amor que serve para o casamento é como o de Jesus por Sua igreja. O apóstolo Paulo diz que o marido deve amar sua esposa “assim como Cristo amou sua igreja e se entregou a si mesmo por ela” (Efésios 5:25).

Efésios 3:18 e 19 nos ensina como funciona o amor de Cristo por Sua igreja: “[para que vocês] possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus”.

Aqui há uma palavra forte do apóstolo: “para que possam compreender”’ como funciona o amor. E assim o descreve:

Primero: “Sua largura”. Assim é o amor matrimonial. É largo, abarcador, regido pelo temor a Deus. Pode amar o que vê e o que não vê do cônjuge, incluindo seu passado, seus gostos.  Pode amar as pessoas que o outro ama, aceitar as decisões que a outra pessoa tomou.

Este amor largo abarca o presente do ser amado em toda sua realidade. E também está à expectativa das etapas que virão, sejam filhos, netos, situações diferentes da a vida, ainda alcança até a velhice com ações de graças ao Senhor.

Segundo: “O comprimento”. A raiz desta expressão é no grego mega-súper- híper. O que está nos dizendo? Que o amor é largo, durável e que não diminui  em sua qualidade, mas com o tempo cresce e se desenvolve. “O amor nunca deixa de ser”. Isso é muito diferente do que escutamos hoje quando dizem “o amor acabou”. Esse era um amor barato baseado em sentimentos passageiros ou  em outros atrativos que com o tempo se deterioram. Não era o amor matrimonial.

Os casais de hoje só se juntam ou têm guardados na “manga” os papéis do divorcio caso seja necessário e, por vezes, até as próprias leis expressam o casamento como um contrato que pode ser revogado. Não buscam o compromisso, e menos ainda o pacto matrimonial,  porque este é baseado nas palavras de Jesus: “E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Marcos 10:8 e 9).

Todo amor conjugal genuíno tem como fundamento o pacto matrimonial que tem o completo respaldo de Deus. Está dentro de sua vontade. Transgredi-lo seria pecar contra Ele, que não se move, é firme, sustenta contra o “vai e vem” dos sentimento, dos períodos de ajuste e dá capacidade para o perdão ante a traição e a possibilidade de uma nova reparação. É comprido porque é o mesmo amor de Deus.

Terceiro: “A profundidade”. O amor conjugal é profundo,  alcança até a mesma baixeza humana se for necessário. Chega até o fundo da necessidade para reparar o destruído e ajudar a sair. A baixeza humana entre cônjuges surge quando houve deslealdade ou traição. Mas a profundidade do amor chega até aí,  não com o fim de descobrir a maldade e assim ter provas  para começar com um novo matrimônio mal interpretando as Escrituras, mas sim com um amplo conjunto de conhecimentos sobre o perdão e a restauração. Esta é a maneira como age o amor de Deus, chegou ao profundo de nosso ser e iluminou toda sujeira para nos levar ao arrependimento e a uma nova vida.

O amor matrimonial é profundo, não é superficial. Quer conhecer os recantos do ser amado, para agradar, preencher, satisfazer.

Quarto: “A altura”. Esta altura  se refere à dignidade. O amor matrimonial dignifica ao outro. O faz sair de sua baixa auto-estima e o coloca na posição na que Deus sempre quis que estivesse para que desenvolva o propósito para o qual foi criado.

Este tipo de amor faz o ser amado sair das sombras, o enriquece, o restaura. É como o amor do Pai pelo Filho pródigo, lhe devolveu a dignidade que havia perdido (Lucas 15:11-32).

Alguém preguntará: “Como faço para alcançar e ter este tipo de amor no meu casamento?” É simples para os que são filhos de Deus porque tem esse amor dentro de si mesmos pela presença do Espírito Santo. Sai ao exterior e se manifesta por meio da fé no poder de Deus quando dizemos: ‘A partir de agora este será o tipo de amor que darei ao meu cônjuge’. A relação com Deus, com sua palavra e com seu povo será o lugar de abastecimento deste amor.

Os que não tem a Cristo como dono e Senhor de suas vidas estão perdendo o tempo de experimentar uma nova experiencia de relação no seu casamento, para que chegue a ser uma ante-sala do céu.

Victor Rodriguez
Extraído e traduzido do site Vayan y hagan discípulos.

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