Reflexões

Sou isso quando ninguém me vê

Quando ninguém me vê

Em nosso trabalho ou na igreja, as pessoas que nos rodeiam conhecem nossa forma de atuar ou proceder. Em nosso lar, nosso cônjuge e filhos nos conhecem melhor ainda; sabem como é nosso caráter e nossa maneira de ser. Porém, no mais íntimo ninguém nos conhece (nem nosso cônjuge, nem o pastor, nem o discipulador), mas apenas Deus. É por isso que a ação ou o conselho dos que guiam nossas vidas só podem chegar até certo ponto.

Somente Deus, por meio de sua Palavra, que “é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração…  todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4:12,13).

Assim como as pessoas enxergam meu rosto, a cor dos meus olhos o minhas feições, há alguém que, com absoluta nitidez, vê meu espírito e me conhece totalmente. Ele conhece os pensamentos mais secretos e as intenções do meu coração.

Quais são as intenções que surgem desse lugar tão íntimo, do mais profundo do ser? Quais são os pensamentos íntimos que prevalecem em mim? Deus os conhece.

Gostaria de explicar isso com toda simplicidade. A intenção mais profunda do meu coração pode apontar para mim mesmo ou para Deus.

Isso é tão simples e também profundo.

Deus ou eu. São as únicas alternativas que existem em meu coração.

Esta é a definição mais séria e profunda que deve enfrentar um servo de Deus para sua formação.

O que eu busco em minha vida? Qual é minha intenção em tudo o que faço? Minha glória ou a glória do Senhor?

O fim supremo do homem é a glória de Deus. Fomos predestinados para o louvor da Sua glória (Efésios 1:11-12).

Se queremos focar nossa vida adequadamente, nos forjar e orientar bem em nosso foro íntimo (em nosso coração) devemos determinar que a única intenção de nossa vida deve ser agradar a Deus.

E disso não preciso convencer os homens, mas sim a Deus. Não há muito valor que eu testifique ou ore publicamente sobre Ele. Deus vê o que há em meu coração e não se impressiona com minhas palavras.

Em meu espírito há uma bússola que aponta para mim ou para Deus: para minha realização pessoal ou para a glória de Deus; para minha vontade ou para a Sua vontade. Ele ou eu? Não se pode apontar para ambas as direções.

Esse é o sentido mais profundo do que Jesus ensinou ao dizer: “Negue-se a si mesmo”. O que não se nega a si mesmo não pode ser Seu discípulo nem segui-lo.

O mais importante em nossa vida é que o norte da bússola esteja orientado bem definidamente para Deus. O resto será fácil.

É exatamente isso que Paulo afirma em Atos 20:24: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus…”.

Isso é o que deve estar escrito em nosso coração.

Hoje em dia há muitos fatores externos que condicionam as ações dos homens. Diz-se que você é um quando está absolutamente só, sem que ninguém possa te observar ou controlar.

Se jamais tivesse que prestar contras a ninguém, como você viveria?

Caim matou seu irmão Abel na solidão. Naquele tempo não havia polícia, nem juízes, nem cadeia.

Pensemos na situação de José no Egito. Estava só, longe de sua família, sem padre, pastor nem congregação que o pudesse controlar. Era um desconhecido num país estranho. E a esposa de Potifar o tentou: “Dorme comigo…”. Quem deu a José nessas circunstâncias tão especiais a firmeza para não cair? A intenção mais profunda de seu coração era Deus e não sua própria vontade! Que exemplo extraordinário! Essa é a classe de pessoas que Deus nos chama para ser.

Jorge Himitian 
Texto originalmente publicado em espanhol no site do autor. 

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