É Natal. Afinal, quem vai adorar o Rei dos reis?
Eu tenho um amigo chamado Luiz Carlos. Ele é casado com Sônia e ambos são discípulos do Senhor vivendo na cidade do Rio de Janeiro. Ele conta que certa vez, quando ainda não havia abraçado a fé, foram a uma festa de casamento. Chegaram antes dos noivos, entregaram o presente do casal, sentaram-se, comeram, beberam e fartaram-se, até que sentiram um mal estar e não foi por causa da comida. Eles não identificaram nenhum dos demais convidados daquela festa. Este desconforto terminou quando finalmente chegaram os noivos e Luiz e Sônia perceberam que estavam na festa errada.
Este “mico” do casal seria mais difícil de ocorrer se fosse numa festa de aniversário, vocês concordam? Contudo, toda vez que chega o Natal eu tenho a impressão que um monte de gente comemora o aniversário de uma pessoa desconhecida da maioria.
Os tradicionais ícones de consumismo natalino não lembram o aniversariante: papai Noel, árvore de natal, luzes etc. À medida que o tempo passa esta festa perde gradativamente sua importância. Parece mais uma festa de aniversário cheia de “penetras”. Eles chegam, comem e bebem sem saber ao certo quem faz aniversário, quantos anos está completando e por aí adiante.
O Natal é a encarnação do Verbo. O Verbo se fez carne e habitou entre nós. O Natal é a mão de Deus tocando o homem pecador. É a comunhão do Senhor, Seu Santo Espírito, sua mesa, o Natal é todo o dia.
Eu creio que chegou a hora da verdadeira adoração. O mundo precisa conhecer o verdadeiro Natal.
“Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” Assim Lucas narrou o nascimento de Jesus. (Lucas 2:1-7)
José e Maria percorreram cerca de 135 Km para o recenseamento. Quando finalmente chegaram a Belém não havia lugar para eles se hospedarem como gente. A hospedaria estava lotada.
Onde estavam os animais dos hóspedes? Como era o cheiro, ou melhor, o mau cheiro daquele lugar? Por mais que eu me esforce não consigo pensar naquele dia. José dando uma de “parteira” com todo aquele recurso disponível da época e do local: baldes de madeira e trapos. Até o berço foi improvisado. O rei ao nascer deitou-se numa manjedoura. O Messias chegou daquele jeito que não dá para entender. Nasceu de uma virgem, assistido por um pai que o rejeitou por um tempo, deitou numa manjedoura de um estábulo de uma hospedaria superlotada, da menor cidade da Palestina. (Mateus 2:6)
Luzes? Ele é a própria luz do mundo. Consumismo? Nem pensar. “Não podeis servir a Deus e às riquezas” disse o Senhor. (Mat. 6:24)
Apesar de tudo, o mais triste desta história, a meu ver, se deu fora da “maternidade”. Três estrangeiros, chamados por nós de reis e pela bíblia apenas de magos, viram uma estrela e foram em busca do maior acontecimento de todos: o verdadeiro Natal.
“Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém; então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer. Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel. Com isto, Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo. Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra. Sendo por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra.” Mateus 2:1-12, RA.
Esta é a história mais triste. Chegaram uns magos do oriente e foram a Jerusalém falar com Herodes sobre o nascimento do menino (Natal). A notícia alarmou também toda a cidade. A autoridade ignorando o tema mandou chamar aqueles que conheciam as Escrituras. Talvez nossos pastores, padres e rabinos da época. Eles, quando arguidos responderam prontamente e fielmente, afinal eram doutores das Escrituras. Disseram com toda veemência, inclusive citando o texto do profeta “Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta”. (Miquéias 5:2)
Minha pergunta dolorosa é a seguinte. Quais ou quantos destes homens habitantes de Jerusalém foram adorar ao menino?
Os homens que apontaram o caminho não foram adorar o menino. A autoridade descrente também não. Os habitantes alvoroçados da cidade não apareceram por lá. Afinal quem foi adorar o Rei dos reis? Três magos estrangeiros e alguns pastores (operários) que estavam no campo.
Se nós continuarmos entorpecidos pelas luzes do materialismo, pela religião desprovida do amor ágape, pela falsa alegria do tropicalismo brasileiro, pelo mês da vaca gorda (dezembro) que é devorado pelo mês da vaca magra (em Janeiro tem IPVA, IPTU, Material escolar, etc.). Se continuarmos só conhecendo as Escrituras sem, contudo provar o poder de Deus, se procedermos como os escribas e fariseus da época de Jesus, certamente não vamos adorar em espírito e em verdade ao Rei dos reis.
Você pode me dizer: Isto não me alcança, pois eu sou “crente”, membro da igreja “Tal”. O fato de sermos religiosos da igreja “Tal”, não nos livra de excluir da nossa ceia de fim de ano o Rei dos reis. Ou melhor, não estamos livres de excluir o Senhor Jesus da nossa ceia diária. Lembre-se que isto já ocorreu há séculos. Uma igreja apostólica, com uma liderança apostólica, debaixo da supervisão de um apóstolo ainda vivo (João), conseguiu excluir o Senhor da comunhão da Igreja. Ela com sua auto-suficiência colocou Jesus para fora.
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” Apocalipse 3:20, RA.
Um dia desses, Ele retornará. Estamos preparados? Nós anunciamos que Ele veio e que um dia voltará conforme está escrito. Será que esta história dos conhecedores das Escrituras pode se repetir? ou seja, homens que conheciam as Escrituras, mas que não adoraram em espírito e em verdade quando o verdadeiro natal aconteceu.
Será que isso pode ocorrer novamente? Enquanto tentamos lembrar que um dia Ele veio a este mundo, enquanto anunciamos que Ele voltará, podemos ser pegos de surpresa?
O próprio Jesus disse que viria como ladrão. Sejamos cuidados!
É natal, quem vai adorar ao Senhor Jesus Cristo?
No amor de Cristo.
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