Um legado, uma recompensa
Quando refletimos sobre a morte, ao menos duas perguntas deveríamos fazer a nós mesmos. A primeira é sobre o que dirão sobre nós. A segunda é o que Deus dirá. A primeira está ligada ao nosso legado. A segunda, à nossa recompensa. A primeira diz respeito ao que deixaremos. A segunda, ao que receberemos.
É verdade que poucos morrem como o perverso Jeorão, que “se foi sem deixar de si saudades” (2 Cr. 21:20). A maioria das pessoas deixam saudades ao menos em seus familiares. Contudo, são pouquíssimos os que partem como a costureira Dorcas. Mulher notável pelas boas obras e esmolas que fazia, sua morte causou tal comoção que as viúvas que recebiam sua ajuda mostravam a Pedro as túnicas e vestidos que Dorcas fizera. Essa mulher havia deixado uma marca, gerada pelo serviço, e não pelo parentesco ou pela simples amizade. O resultado de tudo isso foi sua ressurreição (At. 9:36-43).
Quem dera houvessem muitos outros como Epafrodito, homem que, pela obra de Cristo, chegou às portas da morte e se dispôs a dar a própria vida. Tal foi sua dedicação e seu serviço ao Evangelho que, se tivesse morrido, Paulo afirma que teria tristeza sobre tristeza (Fp. 2:25-30). O serviço desse homem havia deixado marcas na vida do apóstolo. Como seria bom se, quando partirmos, deixássemos esse testemunho de vida, esse legado aos homens. Como seria bom se nossos filhos declarassem: “Nossos pais confiaram em ti… e não foram confudidos” (Sl. 22:4,5).
Quanto à segunda pergunta, como seria maravilhoso que todos nós ouvíssemos do Senhor: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt. 25:21). Sobre esse tema, as palavras de Jesus são suficientemente claras, e dispensam comentários:
Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. … sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. … Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer” (Mt. 25:34-46).
Que tenhamos uma vida marcada pelo serviço, a fim de que possamos deixar um legado aos homens, e receber nossa recompensa em Deus.
Em Cristo,
Anderson Paz
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