Reflexões

A liberdade para servir

Alguns irmãos me perguntam o que significa eu assinar alguns textos como Servo Livre, eu respondo: “é o meu nome!” Sérgio = Servo; Franco = Livre.  Ou seja, Sérgio Franco é igual a Servo Livre.

Sei que o meu nome parece um paradoxo, mas a primeira vez que eu descobri o significado dele, entendi que tinha tudo a ver com o meu chamado. Eu fui chamado para servir. Na verdade, é impossível pensar em ser um discípulo de Jesus sem se comprometer com o serviço, sem desejar ser um servo, pois “Para o discípulo é suficiente ser como seu mestre, e o escravo, como seu senhor…” (Mateus 10:25) e Jesus afirmou que veio para servir. Ele disse que era um Servo. Como ser discípulo Dele sem querer servir. Ele nos fez livres para servir. Tremendo isso!

No início da minha jornada cristã, com um coração cheio de gratidão ao Senhor eu me envolvi com a igreja e com a obra intensamente. Alguns religiosos achavam que era coisa de “novo convertido”, a maioria dos incrédulos pensava que era “fanatismo religioso” e alguns da minha própria família criam que era apenas uma “nuvem passageira”, que logo eu retornaria ao “bom senso”. Trinta e quatro (34) anos depois, aqui estou, mais envolvido do que nunca no meio da igreja buscando alguma maneira de servir aos meus irmãos com os dons que Deus me deu.

Alguém até poderia perguntar: mas por que no meio da igreja? Por que não servir ao mundo? Eu busco na medida do possível servir ao mundo, mas o mundo em geral não ama o meu Mestre e por isso não O recebe. O mundo rejeita Jesus. Eles são inimigos da cruz e do próprio Cristo e por consequência, me rejeitam também.

Embora procurando aproveitar as oportunidade para servir, entendo que não posso perder o sabor do sal, não posso me tornar insípido. O fato é que muitos recebem os nossos serviços de bom grado. Acolhem nossas obras sociais e até nos aplaudem por isso, mas rejeitam a nossa mensagem por causa do Nome de Jesus e sendo assim, à semelhança do Senhor, sou rejeitado também. Penso que não devo rejeitar a rejeição que Ele sofreu e sofre, pois tomei a Sua cruz. Eu temo que o meu desejo de ser aceito pelo mundo me retire a minha capacidade de salgá-lo. Um sal sem sabor será pisado pelos homens. Este é o juízo de Deus para quem quebra a Sua Palavra em busca de aprovação humana, quer seja dentro ou fora da igreja. Veja se não assim:

“Por isso, também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos e vos mostrastes parciais no aplicardes a lei” (Malaquias 2:9 – RA).

“Por isso fiz que vocês fossem desprezados e humilhados diante de todo o povo, pois não me obedeceram, mas mostraram parcialidade na aplicação de minha lei” (Malaquias 2:9 – NVT).

Jesus nos advertiu sobre quando deixamos de salgar – Somos pisados pelos homens…

“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens” (Mateus 5:13)

Muitos buscando aprovação humana, perdem o sabor do sal e terminam sendo pisados, desprezados, desrespeitados por estes homens que tanto querem agradar.

Entretanto, entendo que devo amar os perdidos e me esforçar ao máximo para servi-los em tudo, mas não ignoro que quando demonstro a luz de Cristo, quando naturalmente salgo, muitos, por amarem mais as trevas do que a luz, por rejeitarem a minha nova maneira de viver, me abandonarão como a maioria dos meus colegas de copo o fizeram.

Mas quando o assunto é a igreja, nós tempos vários mandamentos para servir aos irmãos. Um deles, inclusive, fala sobre a liberdade para servir.

“Porque vocês, irmãos, foram chamados para viver em liberdade. Não a usem, porém, para satisfazer sua natureza humana. Ao contrário, usem-na para servir uns aos outros em amor” (Gálatas 5:13 – NVT)

Vários mandamentos não podem ser vividos fora da igreja e esse é um deles. Acredito que quanto mais servimos ao corpo, mais aptos nos tornamos para demonstrar ao mundo as nossas boas obras a fim de que eles vejam as obras e glorifiquem ao Nosso Pai que está nos céus. Eu sei que alguém pensou agora: “Mas a igreja também rejeita!” – É fato, a igreja rejeita sim. Mas eu fui ensinado a suportar os sofrimentos injustos e também a orar por quem cai e até corrigir o meu irmão que está em falta. Não fui ensinado a deixar de congregar por não querer admoestar aqueles que optam por viver em pecado.

“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10:25 – RA)

Quero terminar dizendo que a nossa unidade no Corpo é tão importante que Jesus não apenas orou por ela, mas declarou que quando formos UM, o próprio mundo vai crer que Ele foi enviado pelo Pai.

“Minha oração é que todos eles sejam um, como nós somos um, como tu estás em mim, Pai, e eu estou em ti. Que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17:21 – NVT).

Que o Senhor nos conceda neste tempo crescermos e sermos aperfeiçoados na unidade. Que tenhamos luz para discernir o Seu Corpo e amá-lo mais do que as muitas estruturas que o cercam, pois não podemos ganhar o mundo, perdendo a igreja. Vamos animar os nossos irmãos que estão desanimados, vamos fortalecer aqueles que estão fracos, vamos resistir com a verdade os insubmissos e respeitar e amar aqueles que trabalham “entre nós”, nos presidem e nos corrigem.

“Irmãos, honrem seus líderes na obra do Senhor. Eles trabalham arduamente entre vocês e lhes dão orientações. Tenham grande respeito e amor sincero por eles, por causa do trabalho que realizam. E vivam em paz uns com os outros. Irmãos, pedimos que advirtam os indisciplinados. Encorajem os desanimados. Ajudem os fracos. Sejam pacientes com todos” (1 Tessalonicenses 5:12-14 – NVT).

Em Cristo,
Servo Livre ><>

Sérgio Franco
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