Reflexões

“Não prestamos para nada”

Quando miramos apenas a lei, podemos cair numa armadilha e nos considerar até justos. Nunca matei, nunca roubei, nunca adulterei etc. Às vezes encontramos certa dificuldade de evangelizar pessoas que se julgam muito “boas” pelo fato de não matar, roubar ou adulterar. Jesus pregou para muitos assim. Um deles foi Nicodemos (João 3). Em outras palavras, Jesus disse: “Nicodemos, você não presta para nada e precisa nascer de novo”, ou seja, anulou toda a suposição de bondade própria que Nicodemos poderia ter em si mesmo, pois tocou em seu coração – a raiz do problema. Esta é a diferença fundamental entre a lei e a graça e verdade. A lei julga os fatos, enquanto a verdade revela os motivos e toca nossos corações, gerando um ambiente propício para a graça de Deus.

Certo dia, evangelizando um motorista de táxi, ele usou esse mesmo argumento dizendo que nunca havia matado, roubado etc. De repente, ele começou a ficar nervoso e reclamar do trânsito e dos motoristas. Então eu lhe questionei:

– “Mas você se lembra do que Jesus falou sobre a ira, que é semelhante a um assassinato?”

Ele havia acabado de me dizer que nunca tinha matado alguém e eu lhe respondi dizendo que a ira era a atitude de um assassino, segundo as palavras de Jesus. Em seguida, ele olhou para algumas mulheres seminuas e fez alguns comentários. Então eu lhe perguntei:

– “Mas você está cobiçando as mulheres dos outros? Lembra que Jesus falou que aquele que olhar com intenção impura para uma mulher está adulterando?”

Então ele respondeu:

– “Mas se é assim, então todo mundo já pecou!”

– “Graças a Deus, agora você me entendeu!”, eu lhe respondi. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23)

É exatamente isso que Jesus faz com a verdade: ela desnuda as pessoas. A graça (amor) e a verdade (luz) estão unidas porquê, enquanto a verdade desnuda, a graça cobre. Isso é muito mais do que a lei de Moisés poderia nos trazer. Quando enxergamos que o mal procede do nosso coração, podemos chegar ao entendimento que só “um coração novo” poderá nos transformar numa nova criatura.

Casamento, Imoralidade Sexual e Divórcio
Extraído do livro “Casamento, Imoralidade Sexual e Divórcio”.
Autores: Sérgio Franco e Anderson Paz
Editora Apê Criativo

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Sérgio Franco
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