Reflexões

Três chaves para estender o Reino de Deus

Os apóstolos, sem organizar campanhas evangelísticas, construir templos ou criar seminários, obtiveram resultados muito melhores que os nossos, tanto em qualidade quanto em quantidade quando estenderam o evangelho. Não existia imprensa, não podiam distribuir bíblias, não havia meios de comunicação em massa, não tinham veículos e nem equipamentos de áudio…, não contavam com uma missão estrangeira que os sustentassem e nem com hotéis para fazerem retiros. Qual era então o segredo de tal êxito? Qual era o modo deles trabalharem? A simplicidade.

  • FAZER DISCÍPULOS – O Senhor NÃO disse: “Ide e fazei reuniões em todas as nações”, mas disse: “Ide e fazei discípulos de todas as nações”. Nós costumávamos fazer reuniões de todos os tipos: de evangelismo, de oração, de estudo bíblico, de escola dominical, de mulheres, de jovens, de adolescentes, de planejamento, porém não tínhamos discípulos. Gastávamos nossas energias em inúmeras atividades, porém não fazíamos o essencial: formar discípulos do Senhor Jesus. Além disso, com tantas reuniões, não tínhamos tempo para fazer outra coisa. No entanto, a mudança aconteceu. O ministério pastoral púlpito – congregação se modificou para estabelecer uma relação discipulador – discípulo. Isso significa que devemos entender que o nosso ministério principal consiste em nos concentrarmos em alguns poucos irmãos (Jesus treinou doze), e dedicar nosso tempo em conhecê-los, amá-los, dar-lhes a nossa vida, abrir o nosso coração e nosso lar, passar tempo com eles, ser exemplo, ensinar-lhes, corrigi-los, animá-los, abençoá-los, repreendê-los, instruí-los, levar suas cargas, chorar e rir com eles, assumir autoridade sobre suas vidas, velar por eles e ensiná-los a procederem em todas as áreas da vida: família, trabalho, sexo, caráter, negócios, estudos, oração, testemunhos e outros. Discipular significa formar os discípulos, guiá-los à maturidade e comissioná-los a fazer o mesmo com outros. É mais fácil realizar 100 (cem) reuniões do que formar 1 (um) discípulo. É um erro crer que ao fazer reuniões estamos desenvolvendo um ministério. Se depois de alguns anos de trabalho não surgirem ao nosso lado obreiros capazes de discipular a outros, sabemos que estamos errando em nosso ministério.

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  • REUNINDO PELAS CASAS – Segundo a forma tradicional de começar uma obra, a prioridade é comprar um terreno e construir um prédio chamado templo para desenvolver ali as atividades da igreja. O templo era o centro do funcionamento das congregações. Quase não se podia conceber que uma congregação poderia se desenvolver sem um templo. É muito evidente que os apóstolos enxergavam de forma diferente estas coisas. Jamais construíram templos. Nos primeiros séculos a igreja cresceu e se estendeu poderosamente pelas casas e quando era possível, se reuniam todos em algum lugar de concentração pública. Entendemos que ao contrário de ser uma desvantagem para o crescimento da igreja, esta foi uma ótima condição. Ao descentralizar as atividades do templo e levando-as para as casas, descobrimos várias vantagens: a) a obra se realiza melhor ao integrar os irmãos em grupos pequenos nos lares. Num ambiente natural de um lar a relação é mais próxima, se conhece e atende melhor a cada um. Os não convertidos vão com menos preconceitos, e a tarefa do discipulado se consegue sem tantos esquemas. b) as reuniões se tornam mais simples e espontâneas. Perde-se a formalidade, a religiosidade, existe uma maior participação dos presentes e não necessita de uma liderança profissional. c) Por não ter enormes gastos com a construção e manutenção de um “templo”, a igreja conta com fundos suficientes para sustentar dignamente seus pastores e, tal como, acontecia no Novo Testamento, tem recursos para ajudar os necessitados na congregação. Semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente pode-se alugar algum salão ou estádio par reunir todos os grupos dos lares.
  • TER UM PROGRAMA CONCRETO DE ENSINO – Em três anos de discipulado, Jesus comunicou aos seus um conjunto completo de ensinamentos. Ao encarrega-los para discipular a outros lhes ordenou que ensinassem “todas as coisas”. Todas as coisas que Ele havia ordenado. Paulo, depois de três anos de ministério em Éfeso, disse aos presbíteros locais que lhes havia transmitido “todo o conselho de Deus” (Atos 20:27). Nosso estilo tradicional de pregação e ensino tem sido em sua maioria sobre temas isolados e desconexos, segundo a inspiração da semana. A bíblia é um livro muito extenso, e seguindo este estilo, nem sequer depois de muitos anos poderíamos dizer que transmitimos todo o “conselho de Deus”. Devemos deixar de lado as improvisações e os devocionais intermináveis, e dar o “Kerigma” e a “Didake” dos apóstolos. Isso significa o corpo concreto e completo de verdades e mandamentos do Senhor. Devemos conhecê-lo, dominá-lo, vivê-lo e ensiná-lo aos discípulos até que eles conheçam perfeitamente, o vivam e saibam ensinar com graça a outros. Isto é o essencial na tarefa de fazer discípulos e edificar homens a imagem de Cristo.

Jorge Himitian
Extraído da página do autor no Facebook.
Texto publicado originalmente em espanhol

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