Reflexões

Como é fácil complicar o que é simples

Nestes dias estive lembrando de uma igreja na cidade do Recife, que em determinado momento de sua história, por volta dos anos de 1928 e 29, passou por uma crise devido a uma discordância sobre a celebração da Ceia do Senhor. Parte da congregação defendia o uso do cálice comum, e outra parte era favorável ao cálice individual. Há relatos de que as reuniões eram turbulentas, e várias medidas foram tomadas na busca de uma resolução: ceias em horários diferentes, o uso de dois cálices, um comum e um individual para que cada pessoa escolhesse como quisesse, etc.. Mas nada disso foi suficiente. Por fim, a solução encontrada foi fundar uma nova congregação, formada pelos adeptos do cálice comum.

Esse relato me faz pensar em como uma igreja pode se dividir por algo que celebra sua unidade, a comunhão entre seus membros? A Ceia deveria nos lembrar que somos membros de um só Corpo, pois comemos do mesmo Pão, que é Jesus, o pão da vida. “Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão” (I Co. 10:16-17).

Não é tão difícil entender como uma igreja se divide em torno da celebração da Ceia. Afinal, é mais fácil nos ocuparmos com a forma do que nos dedicarmos a viver a essência. Viver em verdadeira unidade é muito mais custoso do que participar de um cálice comum ou um cálice individual.

Com muita facilidade nos voltamos para o que é secundário, nos afastando do que é elementar e indispensável. Isso ocorre em muitas das discussões “evangélicas” presentes nos dias de hoje. Com facilidade trocamos a essência das coisas pela aparência, o conteúdo pela forma. Nos ocupamos de temas pequenos e irrevelantes para desviar nossa atenção daquilo que deveria ser o nosso foco: ser semelhante a Jesus. Ao nos ocupar com assuntos menores, nos mantemos distraídos e produzimos em nós o auto-engano de que estamos sendo zelosos com a Verdade.

Apesar de toda a tentação contrária, precisamos manter em foco o alvo que Deus tem para nós. Sempre vale a pena pagar o preço de viver a essência do Evangelho. Por isso, não deixemos de forma alguma  que as nossas complicações ofusquem a beleza da simplicidade do Reino de Deus.

Em Cristo,

Anderson Paz 
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