Reflexões

A soberania divina

Neste dias, tenho refletido sobre o tema da obstinação. Temos aprendido que o obstinado não sabe ouvir o “não” e o “espere”. Por isso, o obstinado tem um sério problema em compreender e aceitar a soberania divina.

Precisamos lembrar do alerta que Daniel fez ao rei Nabocodosor, avisando que o mesmo enlouqueceria até o momento que reconhecesse que o céu reina, que “o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (Daniel 4:24-26). Como é importante saber que servimos a um Deus soberano. Isso nos faz agir humildemente em nossos planos e em nossas orações. Afinal, aprendemos isso com Jesus, quando orou dizendo: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mateus 26:39). E Tiago também nos adverte que, ao planejarmos, devemos dizer:“Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tiago 4:15).

Sugiro a leitura do texto abaixo, publicado a alguns anos pela revista Ultimato, para nos fazer refletir sobre a soberania divina.

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Todos podem e devem orar por cura e pela solução dos mais intrincados problemas de ordem pessoal. Mas a libertação não é para todos. Deus reserva a si a decisão de libertar ou não libertar. Ninguém pode impor coisa alguma a Ele.

Junto à Porta das Ovelhas, em Jerusalém, havia um tanque chamado Betesda, que tinha cinco entradas. Dizia-se que de vez em quando um anjo descia e revolvia a água. Então o primeiro que entrava no tanque era curado de qualquer enfermidade. Por essa razão ficavam por ali um grande número de pessoas doentes e inválidas: cegos, mancos e paralíticos. Um deles estava nesse lugar há 38 anos na esperança de ser curado de sua paralisia. Jesus o viu e o curou. Só a ele e a nenhum outro doente, embora fossem muitos e igualmente sofredores.

Mais tarde, Jesus lembra que no tempo de Elias havia muitas viúvas em Israel e “a nenhuma delas foi o profeta enviado, senão a uma viúva de Sarepta” (Lc 4.26). E no tempo de Eliseu havia muitos leprosos em Israel, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro” (Lc 4.27).

Por ocasião da primeira grande perseguição aos cristãos, Herodes fez passar ao fio da espada a Tiago, irmão de João, ambos filhos de Zebedeu. E quando pretendia fazer o mesmo com Pedro, Deus o livrou da prisão e da morte (At 12.1-19).

Por que Deus não curou outras viúvas, outros leprosos e outros enfermos junto ao tanque de Betesda? Por que não poupou Tiago das mãos de Herodes? Por que não curou o estômago e as freqüentes enfermidades de Timóteo (1 Tm 6.23)? Por que não curou Trófimo em Mileto, antes da partida de Paulo (2 Tm 4.20)?

Não terá sido por falta de compaixão nem por falta de poder da parte de Deus, nem por falta de fé e santidade de vida da parte dos necessitados. Essa é uma pergunta sem resposta pessoal, pelo menos agora. Se o milagre acontecesse a cada momento e a todos os que sofrem, deixaria de ser milagre para ser algo corriqueiro. Deus não recebe ordens. Ele recebe súplicas, que são atendidas ou não, de acordo com a sua sabedoria e o livre exercício de sua soberania. Tudo isso valoriza o milagre, a graça, a oração e a autoridade de Deus.

Em suma, é preciso que você se curve diante da declaração de Jesus: “O Filho vivifica aqueles a quem quer” (Jo 5.21) e diante da soleníssima declaração do Pai: “Terei misericórdia de quem eu quiser; terei compaixão de quem eu desejar” (Rm 9.15, BLH).