Reflexões

“Foi mais forte do que eu…”

Não sabemos detalhadamente como isso se explica. Não temos fórmulas matemáticas ou cálculo da física que contribuam para nossa compreensão desse fato. A química, a biologia, a filosofia, a teologia ou qualquer outro campo do saber humano são insuficientes para nos dar total explicação para esse fenômeno. Mas ele é totalmente verdadeiro. Tão verdadeiro como o ar que você respira agora.

Essa verdade sobre a qual escrevo é a seguinte: No momento em que Jesus foi crucificado, as testemunhas que ali estavam viam três cruzes e três crucificados no Calvário, mas o Pai, a testemunha da realidade espiritual, na cruz no meio não via apenas 1 crucificado, mas ali via milhões e milhões de crucificados com seu Filho! É por isso que Paulo proclama: “Com Cristo estou juntamente crucificado”(Gl. 2:20).

Talvez alguns de nós apliquem grande esforço intelectual para estudar essa realidade da nossa união com Cristo. Mas, nem todos se esforçam para vivenciarem a aplicação prática dessa verdade. Afinal, que mudança prática minha vida experimenta por estar unida da Cristo? Sobre isso, Paulo nos diz o seguinte: “Sabendo isto: que foi crucificado com Ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos”(Romanos. 6:6) . Ao comentar esse texto, Jorge Himitian nos diz o seguinte:

“A figura que Paulo usa é a de um amo e um escravo. Nela o amo é o pecado e o escravo somos nós. O pecado é representado por um amo muito malvado, dominador, tirano, que nos obriga a pecar compulsivamente. … Um escravo não tinha a possibilidade de ser liberado, não possuía recursos e nem dinheiro. O escravo só contava com uma saída para se ver livre de seu amo: A morte. Um dia esse escravo morreu; e seu amo perdeu toda autoridade sobre ele. A morte foi sua libertação. … Estamos mortos para o pecado. A palavra morte significa ruptura definitiva de relações. Nós em Cristo rompemos definitivamente todo o vínculo com o pecado e juntamente com Cristo ressuscitamos” (p. 48).

Uma vez que nosso velho homem, o escravo do pecado, já foi crucificado, logo o pecado não tem poder sobre nós. Portanto, quando alguém que nasceu de novo peca, não pode de forma alguma dizer: “foi mais forte do que eu”, ou “não pude suportar”. Essas são afirmações falsas. Nós já recebemos tudo o que precisamos para vencer o pecado. É por isso que Paulo nos diz: “Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar”(I Coríntios 10:13).

E isso quer dizer que não pecamos? Não, pois “se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (João 1:8). Contudo, alguém que está unido a Cristo recebeu o poder para vencer o pecado e ser restaurado. Ou seja, é preciso fazer uso desse poder, trilhando o caminho da restauração: é necessário se arrepender, confessar seus pecados tanto a Deus como aos homens (I Jo. 1:9; Tg. 5:16), estando com a vida em plena luz (I Jo. 1:7), pedindo perdão à pessoa contra quem pecou. E dessa forma, trilhando o caminho da restauração, faremos com que a nossa união com Cristo seja, além de uma verdade, uma experiência vivenciada no dia-a-dia.

Em Cristo,

Anderson Paz

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