Reflexões

Livre e feliz! Tal como o Mestre.

Sabemos que a vontade de Deus para nós é de nos fazer parecidos com Jesus. É por isso que João nos ensina que aquele que diz que está em Cristo também deve andar como Cristo andou (I João 2:6). Contudo, para andarmos como Cristo andou, também precisamos ser movidos por aquilo que movia Jesus. E quando contemplamos a vida do Senhor, vemos que Ele não era movido pelas coisas que geralmente nos movem. E o que movia Jesus foi o que fez dEle o homem mais livre e feliz que já passou por esta terra.

Jesus, por exemplo, não era movido pela necessidade de elogios. A presença ou a ausência de elogios não afetavam de forma alguma a clareza que Ele tinha de sua missão. Houve um momento da vida do Senhor em que Felipe, um dos doze, chega até Ele e fala: “os gregos te procuram” (João 12:20-28). Nessa hora Jesus responde: “é chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem”. Ao ouvir esse declaração de Jesus,  alguém movido pela necessidade de elogios pensaria o seguinte: “Jesus será glorificado porque finalmente os gregos vão conhecê-lo!”. Porém, em vez de se apresentar aos gregos, ou realizar um milagre extraordinário, fabuloso, para despertar a atenção deles,  ou ainda pregar um dos seus melhores sermões, Jesus começa a falar da sua própria morte. Ele diz que se o grão de trigo que cair na terra  e não morrer, fica só, mas se morrer produz muito fruto. Jesus está falando da sua morte, da sua entrega, da sua crucificação. A glória que o Mestre buscava não era a glória que vinha dos gregos, não era a glória que vem dos homens, era a glória que vem de Deus. E só isso pode fazer um homem verdadeiramente feliz.

Jesus também não era movido, afetado e nem se detinha pelo medo da rejeição dos homens, talvez uma das principais cadeias que nos afasta de uma vida feliz. Ele foi rejeitado pelos seus irmãos, pelo seu povo. Foi abandonado pelos seus discípulos. Foi traído por um deles e negado por outro. Mas isso de forma alguma afetou a clareza que Jesus tinha de sua missão e a sua determinação em cumprir a vontade do Pai.

Outra coisa que não movia Jesus era a pressão da urgência, algo que muitas vezes nos oprime e nos move. Quando nos deparamos com algo urgente, muitas vezes trocamos o que é importante pelo que é urgente.

Há um momento da vida de Jesus em que Ele recebe a notícia de que seu amigo Lázaro estava doente. Quando recebeu a notícia, Jesus tinha a possibilidade de curar Lázaro. Poderia se apressar para visitar seu amigo ou até mesmo curá-lo a distância. Mas Jesus não curou Lázaro. Quando chegou até a família de Lázaro, este já estava morto a quatro dias. Jesus poderia ter curado Lázaro antes, mas por não ter se movido pela urgência de operar o milagre da cura, Ele acabou realizando um milagre maior: o da ressurreição. Se Jesus fosse movido pela urgência, talvez ele curaria Lázaro. Mas como não foi movido pela urgência, mas por fazer a vontade de Deus, Ele operou o milagre maior. Nós devemos ser movidos pela clareza de qual é a vontade do Pai.

Jesus não era movido também pela pressão familiar, ou pressão de quem quer que seja. Quando realizou seu primeiro milagre, Ele estava numa festa de casamento, acabou o vinho e sua mãe lhe disse: “O vinho acabou”. E Ele respondeu: “que tenho eu contigo, mulher. Ainda não é chegada a minha hora”. O certo é que a hora de Jesus chegaria naquele mesmo dia. Poucas horas ou minutos depois Ele realizou o milagre. Mas no momento em que Maria pediu, não era o momento de Jesus ainda, pois quando Jesus tem hora para fazer algo, Ele tem hora, minuto e segundo marcados. E nada desviava Jesus de seu foco. Ele não deixaria que a pressão dos homens antecipasse, adiasse ou atrasasse um projeto que era a vontade do Pai. E a pressão dos homens também não deveria nos mover. Precisamos ser como Jesus, o homem mais livre e feliz que já passou nessa terra.

Outra coisa que nos move, e muitas vezes nos faz negar princípios e desobedecer ao Senhor é a pressão da necessidade. Mas isso não deveria nos mover, ainda que seja uma necessidade física. Jesus estava no deserto, com fome, e o diabo veio tentá-lo dizendo: “transforme essas pedras em pães”. E  o Mestre respondeu dizendo que nem só de pão vive o homem mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Nem mesmo a fome foi capaz de determinar o Seu comportamento. Isso é liberdade, e por isso Ele é o homem verdadeiramente feliz.

Felicidade não está na ausência de sofrimento, ou na fuga da tristeza que em certos momentos nos atinge. Felicidade está na liberdade de fazer a vontade de Deus, que é o que verdadeiramente nos realiza e nos faz plenos.

Então, nem a necessidade física ou financeira, nem a pressão, seja da urgência ou das circunstâncias, vinda de amigos, familiares ou até de inimigos, nem a busca por elogios ou a fuga da rejeição, nada disso movia Jesus. O que movia Jesus era a vontade do Pai. Essa foi a oração dele no Getsêmani: “Pai, se possível afasta de mim esse cálice, contudo faça a sua vontade e não a minha”. Então é isso que deveria nos mover também. A vontade de Deus sempre é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2).

Portanto, decida seguir nos passos do Mestre. Seja livre, saudável de alma e feliz como é o teu Senhor. Podemos passar por tristezas e sofrimentos, mas isso não pode roubar plenitude e a realização de viver para Deus, cumprindo o propósito da sua vida.