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O que espero de um cristão na política?

Não tem faltado escândalo envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Um dos últimos diz respeito à frota de carros de luxo do parlamentar, alguns em nome de uma de suas empresas, chamada “Jesus.com”.

Diante dessa notícia, e principalmente no que diz respeito à aparente identificação entre o deputado e a fé cristã, é necessário pensar: “O que se espera de alguém que professa a fé cristã e se dedica à atividade política?”

Quero expressar aqui, em poucas palavras, o que eu gostaria de ver nos cristãos que exercem função política:

  • Que cada cristão na política imite Neemias, o qual, diante do quadro de pobreza e opressão de seu povo, se posicionou em não comer a comida destinada ao governador, ainda que lhe fosse lícito (Ne. 5:14,15). Se esse exemplo fosse seguido, creio que dificilmente haveria um Porsche Cayenne registrado em nome de Jesus.com.. Os cristãos se recusariam a usar a posição que alcançaram na política em benefício próprio, e não desfrutariam das regalias que o poder oferece. Atuariam em favor dos muitos que ainda vivem na pobreza, na miséria e sob opressão
  • Que cada cristão na política siga os conselhos que a mãe do rei Lemuel deu ao seu filho: “Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados. Erga a voz e julgue com justiça; defenda os direitos dos pobres e dos necessitados” (Pv. 31:8,9). Se isso fosse seguido, cristãos não reduziriam sua atividade política a combater o aborto e o casamento gay e a manter a liberdade religiosa. Nosso país tem muitos outros problemas. Atuariam sempre em nome de justiça, da justiça do Reino de Deus (Mt. 6:33);
  • Que cada cristão na política se inspire em Esdras, que em seu caminho de volta à Jerusalém, pediu a Deus uma viagem segura e disse “tive vergonha de pedir soldados e cavaleiros ao rei para nos protegerem dos inimigos na estrada, pois tínhamos dito ao rei: ‘A mão bondosa de nosso Deus está sobre todos os que o buscam’” (Ed. 8:22). Se isso fosse feito, não haveria quem defendesse na arena política os interesses da Igreja, pois esta já tem quem a defenda: o próprio Deus. É vergonhoso para Igreja se tornar dependente dos benefícios do poder. Cristão não deveriam fazer de sua função política um  meio para atender a interesses de suas denominações e grupos eclesiásticos. A justiça deveria ser o alvo.
  • Por fim, e o mais importante, que cada cristão na política ande nos passos de Jesus, pois esse é o verdadeiro chamado para todo cristão. Afinal, aquele que diz estar nEle, também deve andar como Ele andou (I Jo 2:6). Quem anda como Jesus sempre vai ser movido por amor, compaixão, misericórdia, verdade e justiça.

Confira também: O “cisco” da Dilma e a trave do “Cunha”.

Espero que um dia eu ainda veja essas coisas acontecendo em nosso país.

Em Cristo,


Anderson Paz
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