Tocando a raiz
“Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.” (Mateus 3:5.6 RA)
“Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento”. (Mateus 3:7.8 RA)
Para o profeta, a coisa estava muito clara: havia uma grande diferença entre os que se batizavam e os assistentes. Os primeiros vinham confessando os seus pecados publicamente, à semelhança da Igreja em Éfeso: “Muitos dos que creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras.” (Atos 19:18 RA) (Grifo do autor)
Enquanto os demais, fariseus e saduceus, assistiam a tudo. Com certa crítica, alegavam serem filhos de Abraão (Vs. 9) e, possivelmente, questionavam a necessidade de produzirem algum fruto de arrependimento. Para estes últimos, João ministrou duas palavras: “produzi fruto digno de arrependimento; e já está posto o machado à raiz das árvores (vs.10).” Parece que João valoriza coisas que nós deixamos de lado e não nos importamos tanto. Tenho a impressão que não buscamos o fruto digno de arrependimento naqueles que buscam batismo, talvez por não contemplar aonde o arrependimento se encaixa no batismo da igreja.
“Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (Atos 2:38 RA)
Quando isso ocorre, deixamos de tocar a raiz com a Palavra de Deus. Paulo declara aos romanos que se a raiz é santa, também os ramos o serão (Rom. 11:16). Na verdade, nós ainda não temos ministrado ao fundo do coração. Permanecemos na periferia da alma. Estamos ainda cheios de sabedoria de palavras, tentando agradar aos homens e fazer amigos, deixando de lado a Palavra da cruz.
Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. (1 Coríntios 1:18RA)
A cruz é poder somente para os salvos, para aqueles que confessaram com a boca que Jesus é o Senhor e creram de coração que o Cristo ressuscitou dentre os mortos, conforme Romanos 10:9. O nosso desejo em ver o poder de Deus muitas vezes se anula diante do respeito humano.
Terminamos por fazer muitos “amigos” e poucos discípulos. Fazemos muita força e até nos cansamos, deixando de lado o poder que nos levaria fatalmente a um descanso à sombra do Onipotente. Desviamo-nos do verdadeiro Evangelho – loucura da cruz – e passamos a anunciar o “EUvangelho”, enfermando muito mais pessoas. Templos cheios de gente, vazios do poder e da vida de Deus. Muita gente convencida, poucas convertidas e transformadas. A maioria buscando os bens que Barnabé deixou aos pés dos apóstolos.
Trecho extraído do livro: “Perdão e Purificação” de Sérgio Franco. Baixe gratuitamente na iBooks: https://itun.es/br/vLqAJ.l