Lutando até o sangue
O texto de Hebreus 12:4 nos diz que, “na luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até o sangue”. Quando leio este versículo, particularmente sou levado ao cenário de Jesus orando no Jardim do Getsêmani. Ali, segundo o Evangelho de Lucas, o Senhor Jesus, enquanto chorava e suava sangue, pedia ao Pai para que, se possível fosse, livrasse-o do sofrimento que o esperava, mas que contudo, não fosse feita a sua própria vontade, mas a de Deus.
Jesus estava numa luta, a sua maior luta, a sua maior prova, onde Ele teve que resistir até o sangue. Essa luta era contra Si mesmo, entre sua vontade e a vontade do Pai. Nem mesmo na tentação do deserto, onde ele lutou contra o diabo, o vemos em tamanho sofrimento como ali naquele momento. Quando Jesus se deparou entre o que ele desejava e a vontade do Pai, não cedeu até que seu ser permanecesse rendido e entregue ao que Deus queria dele.
Muitos de nós já vencemos pecados graves em nossas vidas, como a lascívia, impureza, linguagem obscena, roubo, drogas, adultério etc. Porem, podemos ainda estar sendo conivente com a essência decaída do nosso ser, permitindo as coisas mais sutis da nossa velha natureza que, aparentemente, não chamam tanto a atenção. Assim, damos lugar ao orgulho, ao egoísmo, a inveja e etc.
O resultado de um coração realmente quebrantado e rendido ao Senhor é que ele não mais aceita quem ele é. Seu EU orgulhoso é combatido em todo tempo. Aquele que se preocupa somente em se livrar das coisa mais visíveis da velha natureza, ainda não experimentou um verdadeiro temor a Deus, aquele que, como disse Davi, se apraz com a verdade do íntimo (Salmo 51:06).
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Ao dizer que para seguí-lo, as pessoas deveriam negar a si mesmas, Jesus estava dizendo que o ser humano deve chegar a uma profunda decepção consigo mesmo, a uma estarrecedora convicção que sem Cristo, não há nada de bom em nós. Entender que negar a si mesmo é muito mais do que negar apenas o “pecado de fato”, mas sim uma renúncia do nosso próprio ser, isso pode nos levar ao quebrantamento e rendição que Deus tanto quer encontrar em nós.
Até que ponto temos lutado para não sermos mais como somos? Ainda achamos que há alguma coisa de bom em nós mesmos ou nos encontramos diante da realidade de que sem Ele não sobra nada?
“O fato é que a única coisa bela no cristão é Jesus Cristo. Deus quer que reconheçamos esse fato como verdadeiro em nossa experiência, de modo que num quebrantamento sincero e em desprezo íntimo permitamos que Jesus Cristo [aquele que lutou até a morte contra a sua vontade] seja a nossa justiça, a nossa santidade, nosso”tudo”. Nisso reside a vitória” (A Senda do Calvário – Roy Hession).
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Em Cristo,
Cristiano Brum
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