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O Natal da Starbucks, Jesus e você

Uma notícia chamou minha atenção recentemente: os copos de Natal da Starbucks têm sido chamados de anticristãos nos EUA. Isso tem ocorrido pelo seguinte fato. Desde 1997, a Starbucks lança copos comemorativos na época do Natal geralmente em vermelho e com desenhos que lembram a comemoração da data, como desenhos de velas, flocos de neve e de enfeites de pinheiros. Contudo, em 2015 a Starbucks adotou um conceito minimalista para seu copo de Natal, lançando copos que são apenas vermelhos e com  o logotipo verde da empresa, sem nenhum símbolo natalino. Por isso, alguns grupos cristãos têm acusado a rede de cafeterias de uma atitude “anticristã”, pois  o copo vermelho sem símbolos seria uma ofensa ao espírito de celebração da data e também uma rejeição à herança cristã da cultura americana.

Essa notícia me conduziu à seguinte reflexão: Pressupondo que os tradicionais símbolos natalinos apontam para uma suposta herança cristã (sinceramente, não sei em que flocos de neve ou pinheiros apontam para a mensagem de Cristo), o que a sociedade ganha em apenas saber dessa herança? Concordo que é bom que uma sociedade conheça acerca de suas origens. Contudo, que proveito tem o Reino de Deus nessa sociedade com isso? Que ganho tem a causa do Evangelho?

Com essas perguntas, foi inevitável me recordar do diálogo entre Jesus e os fariseus em João 8. Aqueles fariseus sabiam muito bem das suas origens, conheciam sua herança. Quando Jesus lhes disse que se conhecessem a verdade eles seriam livres, rapidamente os fariseus responderam dizendo que nunca serviram a ninguém, pois eram descendência de Abraão.

Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres? (João 8:33).

Abraão foi o pai da fé, o amigo de Deus. Ser descendência de Abraão significava ter uma rica herança espiritual. Contudo, apenas saber dessa herança não representava nada em termos de vida com Deus. Jesus denuncia que, se aqueles homens de fato fossem filhos de Abraão, fariam as obras do pai deles.

Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão (João 8:39).

A herança espiritual que recebemos só tem valor quando a recebemos de verdade, em nossas vidas. Por isso Jesus denuncia a verdadeira paternidade daqueles fariseus. Eles eram filhos de quem faziam as obras.

“Vós fazeis as obras de vosso pai. … Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele” (João 8:41-44).

O Reino de Deus ganha espaço na sociedade não quando esta conecta suas origens históricas ao cristianismo. Uma origem cristã não é suficiente. O que a sociedade necessita não é de uma origem cristã no passado, mas numa verdadeira presença cristã hoje. E essa presença não é determinada por símbolos, ritos e tradições, mas sim pela vida daqueles que se declaram seguidores de Jesus. São eles que apontam uma sociedade para Cristo.

“Vocês são a luz do mundo. … Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mateus 5:14-16).

É a vida de discípulos santos, consagrados, que mostram Jesus para o mundo. E precisamos abraçar de coração esse chamado de Deus pra nós. Seja no Natal, ou em qualquer outro dia, que nossa vida mostre Jesus.