Reflexões

Coringa, os cristãos e a piada mortal

“Poucas coisas são tão benéficas na vida cristã como um agradável senso de humor, e poucas são tão mortais como um senso de humor descontrolado”

(A. W. Tozer)


Minha adolescência foi marcada por uma história em quadrinhos do Batman chamada “A piada mortal”. Esta história ficou famosa por mostrar a origem do Coringa e por retratar o momento inédito no qual Batmam ri de uma das piadas feitas por seu adversário. O que demonstrou certa vulnerabilidade do Batman diante do humor descontrolado de seu inimigo. Esse quadro me trouxe um insight no mínimo inusitado que quero compartilhar com você.

A internet tem se tornado cada vez mais um celeiro de piadas. A cada semana uma novidade torna-se, em segundos, a mais nova frase repetida nas escolas, escritórios e bares. É surpreendente ver como com poucos cliques podemos nos inteirar da piada da moda. Isso cria em algumas pessoas a falsa sensação de  estar cada vez mais informadas, talvez até mais inteligentes. Porém, acredito que tudo isso está apenas nos tornando vulneráveis às mesmas piadas. Está cada vez mais fácil fazer o mundo rir das mesmas coisas.

Esse quadro de distração generalizada me lembra do que Jesus disse à Marta em Lucas 10. Marta estava “distraída” com algo que, sejamos sinceros, era muito mais nobre do que aquilo que tem nos distraído, mas a frase serve perfeitamente ao nosso contexto.

41 Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas;
42 entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.

Eu preciso admitir: é um desafio não me render à essa verdadeira tsunami de piadas e distrações. São muitas as vozes que se apresentam para nos entreter. A forma com que chegam a nós os memes, vídeos, fotos e textos com o único objetivo de fazer rir tem sido frenética. Tudo com o pretexto de que rir é o melhor remédio. Talvez tenhamos esquecido que até certos remédios tem efeitos colaterais graves. O humor descabido não é diferente. Esse “remédio” não tem nada de santo.

O senso de humor descontrolado pode se tornar um grande e terrível vilão, em nossos dias, na busca por uma vida saudável em Cristo. Este inimigo pode, assim como o Coringa nas histórias em quadrinhos, nos matar enquanto rimos afogados numa vida cada vez mais vazia de Deus e de sentido. Vamos vigiar e nos guardar de tão grande distração. Vamos nos ocupar daquilo que realmente importa: saber e cumprir a vontade de Deus para nós a cada dia. Vamos contemplar a alegria proposta para nós em Jesus e nos desembaraçar de toda e qualquer piada mortal. Antes que seja tarde.

Filipe Flexa
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