Sacrifícios humanos
Hoje lembrei de um pesadelo, que tive quando criança, em que eu era raptado e seria morto em uma espécie de ritual, um sacrifício religioso. Que bom que acordei antes que o sacrifício fosse realizado. Que alívio!
Mas, no decorrer da minha jornada cristã, cheguei à conclusão que Deus não apenas recebe sacrifícios humanos, como também espera isso de nós.
O sacrifício humano que Deus espera não é aquele praticado por pessoas que matam outras pensando estar prestando culto a Deus (João 16:2). Muito menos é o suicídio. Mas, à luz de Romanos 12:1, vemos que é o sacrifício que uma pessoa faz de si mesma, e é um sacrifício vivo.
Numa primeira leitura, como a palavra está relacionada à idéia de perda, renúncia, compreendo que esse sacrifício se realiza no cumprimento das palavras de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16:24). Ou numa vida de renúncia ao pecado, expressa nas palavras de Paulo: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça” (Romanos 6:12,13).
Contudo, o livro de Números me ajudou a entender melhor qual é o sacrifício que Deus quer, pois nele estão registrados alguns sacrifícios humanos ofertados pelo sumo-sacerdote Arão:
“Arão apresentará os levitas como oferta movida perante o SENHOR, da parte dos filhos de Israel; e serão para o serviço do SENHOR. … Porás os levitas perante Arão e perante os seus filhos e os apresentarás por oferta movida ao SENHOR. E separarás os levitas do meio dos filhos de Israel; os levitas serão meus” (Números 8:11-14).
Os levitas foram apresentados como uma oferta, um sacrifício que consistia na consagração ao serviço no Templo. Hoje, uma vez que todos são sacerdotes (I Pedro 2:8), todos são levitas. E portanto são chamados por Deus à uma vida de serviço à Sua Casa, construída de pedras vivas (I Pedro 2:4), que é a Igreja (I Timóteo 3:15). Não foi isso que Jesus quis nos ensinar ao lavar os pés dos discípulos?
Deus nos chama para, ao mesmo tempo, sermos sacerdotes, templo (juntamente com outras pedras) e sacrifício.
Ser sacrifício vivo é servir, de forma consagrada, abnegada e amorosa. Servir com tudo: dons espirituais, talentos naturais, habilidades adquiridas, experiências vivenciadas, recursos. Implica em estar inserido numa comunidade que seja concebida como ambiente de serviço.
Devemos nos lembrar com freqüência de Hebreus 13:16: “Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz”.
Que nossos sacrifícios sejam expressão de misericórdia, amor e compaixão (Oséias 6:6). E que, depois terminados nossos dias, possamos estar diante do Cordeiro e ouvir de Sua boca:Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. … Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:34-40).
Em Cristo,
Fonte: Pensando a Vida
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