A bondade e a severidade de Deus para com seus filhos
Perseverança é, sem dúvida, a característica daqueles que herdam as promessas de Deus. Mas, além de nos fazer herdar as promessas, exercê-la também nos faz passar por situações muitas vezes indesejadas. Até que alcancemos a linha de chegada, provas muito grandes acontecem, e se prestarmos a devida atenção, veremos que elas nos fazem alcançar bens muito mais preciosos que a promessa. Enquanto estamos perseverando em obedecer uma ordem de Deus, somos provados tremendamente acerca da motivação pela qual fazemos as coisas.
Podemos querer algo legítimo e no entanto querer isso por satisfação pessoal ou para alcançar algum tipo de proeminência. E, Deus, por ser cheio de amor, nos permite ficar sem o que queremos, a fim de nos provar. A mesma antiga questão tratada com o povo de Israel. Para prová-lo, Deus os conduziu ao deserto. Pois, mais do que lhes dar o que desejavam, Deus queria mostrar a eles mesmos o que estava em seus corações.
Deus conhece a realidade dos nossos corações, e por isso não se comove com nosso choro. Em meio a certa situação que passava, ouvi Deus falando comigo que Ele não gostaria que eu chorasse, e o que Ele queria de mim era minha atitude. É claro que Deus, em meio a situações pertinentes, não se importa de chorarmos, contanto que o choro não venha de um coração que quer que Deus mude sua postura com respeito a nós mesmos. Tentar comover Deus é o mesmo que não aceitar seus caminhos para nós, não dar a atenção a toda correção e ensino que Ele quer ministrar a nós. E, quando não os aceitamos, estamos tomando uma postura também semelhante a do povo de Israel, a de sermos, como diz a Palavra, “obstinados e rebeldes” em vez de mansos.
Em meio a isso é necessário lembrar que apenas os mansos herdam a terra. O povo de Israel não herdou a terra porque não teve um espírito fiel a Deus, se rebelaram contra o Senhor.
“Eles não serão como os seus antepassados, obstinados e rebeldes, povo de coração desleal para com Deus, gente de espírito infiel” (Sl. 78:8).
Deus não se comoveu com as reclamações do povo, com suas insatisfações e rebeliões. Deus permaneceu em sua postura. Que ensino, que fidelidade à Sua própria Palavra! Como fico grata por essa severidade de Deus. Que se mantém, que não muda. Inclusive em questões que seriam agradáveis apenas ao meu ego. Ele não nos deixa e nos trata como filhos. O choro pode vir, a dor em meio a correção também. Mas, não deixemos que a amargura e a rebelião nos impeçam de enxergar o que Deus deseja e nos levem pra longe dEle. O povo de Israel, embora tenha permanecido no deserto, não perseverou no Senhor, e os seus corações estavam no Egito.
Perseverar sem aceitar a vontade de Deus não é a verdadeira perseverança que provem de um coração manso. Por isso, considero válido terminar este texto com mais uma advertência:
“Portanto, considere a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, mas bondade para com você, desde que permaneça na bondade dele. De outra forma, você também será cortado” (Rm. 11:22).
Ana Carolina de Assis Brum PiresTwitter: @AnaCBrum
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