Vergonha dos crentes

São gritantes os escândalos e pecados presentes entre a população chamada evangélica. Isso chega a tal ponto que muitos não querem mais ser chamados como “evangélicos”, pois o significado original desse termo teria se perdido ao longo do tempo. Assim, a recusa em ser chamado de “evangélico” seria uma forma de se opôr a toda a confusão que está ao nosso redor, e uma maneira de dizer “não tenho nada a ver com isso”.

Não tenho preocupação com designações. Afinal, o Senhor conhece os que são Seus (II Tm. 2:19), independentemente das nomenclaturas usadas pelos homens. Mas tenho um cuidado com aqueles que rejeitam ser chamados de evangélicos como uma forma de dizer “não tenho nada a ver com os erros dessa povo”. Meu cuidado é o seguinte: se cremos que entre a população evangélica existe gente que sinceramente abraçou a fé em Jesus, que nasceu de novo, ainda que esteja envolvida em erros, então é importante lembrar que “Jesus não se envergonha de chamá-los irmãos” (Hb. 2:11). Se Jesus não se envergonha deles, considero que não devemos nos preocupar em expressar o quanto somos diferentes.

Preciso lembrar que o Senhor não se envergonha de mim, apesar dos meus muitos pecados, e por isso eu não tenho o direito de me envergonhar dos meus irmãos, pois Deus nos recebeu em Cristo.

Minha preocupação não é com as palavras (evangélico, protestante, cristão etc..). Me preocupo com a postura que pensa “sou diferente deles, não tenho nada a ver com esses erros”. É importante lembrar que assim como ao Pai é nosso, as dívidas ou pecados também são nossos. Ver erros em uma parcela da Igreja não pode nos levar a pensar que somos diferentes dessa parcela, e que esses erros não são problemas nossos. A constatação de tantos problemas e confusões deveria nos levar a buscar solução em Deus, com o coração esperançoso e cheio de certeza de que o Senhor Jesus cumprirá sua palavra: “edificarei a minha igreja”.