A aridez do meu coração
Cheguei em Curitiba no dia 04/05/2007, e fui muito bem recebida pela família Lourenço e pelos irmãos que nesta cidade se reuniam. Me lembro que nessa época, André (meu marido) e eu, vivemos com intensidade a vida como igreja, e era maravilhoso.
Com o passar do tempo, após um processo de correção em que o André foi disciplinado, pude perceber que meu coração adoeceu e, inconscientemente, me permiti viver uma vida solitária. Aparentemente estava tudo bem, pois continuei atuando nos ministérios da Igreja, porém, meu coração não estava no altar.
Vivia uma vida superficial e religiosa, pensava só na minha própria imagem, e não percebia quanto estava pouco a pouco morrendo. Durante muito tempo me preocupei demais com o que “eu tinha e fazia para o Senhor”, mas, na verdade, tudo que eu fazia era para ser reconhecida pelo homem. Segui plantando em terreno árido e amargando a disciplina, não conseguia ver o amor de Deus e já não tinha prazer em estar com os irmãos. Minha casa que vivia lotada, simplesmente esvaziou.
Nesse tempo, alguns amigos mais chegados mesmo correndo o risco de saírem feridos, não desistiam de me confrontar. Estava muito soberba e orgulhosa e suas palavras não geravam vida em meu coração. Até que um dia, depois de muita luta, resolvi me render ao Senhor e fazer todo o caminho de volta. Me humilhei e pedi perdão a todos eles. Logo em seguida, voltamos a nos reunir com os jovens; me sentia um peixe fora d’água e muitas vezes fui tentada a desistir, mas esse processo também fazia parte da transformação gradativa e curativa que eu estava vivendo.
Graças a Deus prossegui nesse caminho de restauração. Meu coração foi mudado, deixou a aridez e floresceu. Até que por fim, para minha surpresa, no dia 29/01/2012, completando mais um ano de vida, logo nos primeiro minutos da madrugada deste dia, encontrava-me numa reunião com os jovens e ali me senti muito amada por Deus. Foi uma alegria que não dá para explicar. Então, pude perceber a importância de viver em família e que para desfrutar de plena comunhão, devemos estar despidos de nós mesmos e na luz, como Cristo também está (1Jo 1:7).
Sou muito grata a Deus por ter resgatado em mim a Sua essência, e sei que é questão de tempo para que se cumpra plenamente na minha vida, o sonho que Deus plantou em meu coração: cuidar de muitas vidas, levando-as a experimentar, assim como eu experimentei, a recompensa da comunhão com os irmãos.
Marília de Assis Débs
Facebook: mariliadebs
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