Família

Expectativas x Realidade

Tive uma infância muito difícil, pois sempre descobria as traições do meu pai contra minha mãe. Cresci vendo o casamento deles sendo construído sobre a areia. Até que um dia meu pai resolveu ir embora e abandonar todos nós: minha mãe, eu e meus 4 irmãos. Foi muito difícil aceitar e conviver com isso, mas com o passar do tempo, aprendemos a viver sem nosso pai. Com isso, comecei a pensar que nunca iria me casar com homem algum, pois achava que nenhum prestava, e se um dia viesse a me casar e ele tentasse mandar na minha vida, eu me separaria. Se me traísse, eu o mataria ou o trairia também. Estes eram meus pensamentos, até que conheci Jesus, meu Salvador. Mesmo assim, a minha mente em relação ao casamento não tinha mudado.

Conheci meu marido quando ele era o pastor do meu irmão. A paixão logo chegou e decidimos então nos casar. Sem conhecer bem um ao outro, namoramos e em pouco tempo marcamos a data do casamento. Depois de casados, não demorou muito para as crises aparecerem. Sem sabedoria, eu fazia coisas horríveis. Eu trabalhava como gerente em uma empresa há muito tempo e da mesma forma, queria ser gerente em casa também, tentava controlar meu marido. Tínhamos muitos conflitos devido a este comportamento.

Um dia fui a um congresso para casais e ouvi um pastor falar sobre submissão. Ele disse que “se o marido não liderar a família, quem manda é o Diabo”. Nossa! Temi muito ao ouvir isto, mas não sabia nem por onde começar a mudar. Graças a Deus, no final do ano de 2004, comecei a ouvir sobre o Evangelho do Reino de Deus e descobri que Jesus Cristo era o meu Senhor, ou seja, meu Dono, pois antes eu O conhecia apenas como meu Salvador. Comecei a fazer o que Ele mandava, obedecer Sua Palavra, como conseqüência Ele começou a obra de restauração em minha vida. Me deu o discernimento de como praticar a submissão. Comecei a respeitar meu marido, saber quem ele é e quem eu sou, o papel dele e o meu: Sou ajudadora e coopero na missão dele.

No decorrer desta caminhada surgiram novas revelações. Eu pensava da seguinte forma: “Me casei com um pastor, agora estou segura, nunca vou ser traída como foi a minha mãe, estou guardada”. Esta forma de pensar é um tremendo engano por pelo menos um motivo: Construir expectativas erradas no coração!

Descobri que me casei devido o título que meu marido tinha. Minha expectativa estava toda nisso. Deus me mostrou que, na verdade, me casei com meu marido por ele ser um pastor e que por isso jamais me trairia, e não pela pessoa que ele era (até porque, para saber de fato quem ele era, teríamos que aguardar mais tempo antes de nos casarmos). Que horrível estava meu coração! Com este motivo egoísta eu jamais teria um casamento feliz.

Contudo, a forma que obtive tal ensino não foi nada fácil. Embora meu marido não tenha consumado nenhum adultério em si, teve sérios problemas com o erotismo e a pornografia na internet. Esta foi uma etapa muito difícil. Toda segurança posta em um título desmoronou.

Aprendi que mesmo se ele não tivesse tido tal dificuldade, minha segurança jamais deveria estar em homens e muito menos nos seus títulos, ainda que sejam discípulos de Jesus íntegros, pois estão sujeitos a quedas.

Não estou dizendo com estas coisas que não devemos confiar nas pessoas, mas confiar é diferente de ter uma expectativa errada. Minha confiança em meu marido foi completamente restaurada e minha expectativa não está mais baseada em um sentimento egoísta, mas sim na graça e misericórdia de Deus que nos transforma profundamente.

Como sou grata à igreja por me ajudar a corrigir as expectativas erradas no meu coração. Hoje, meu marido e eu desfrutamos de um casamento cada vez melhor. Vale a pena dizer que até a vida do meu pai tem sido transformada. Minha esperança e certeza é que a obra que o meu Senhor Jesus começa, Ele é fiel para completar em todos nós.

E você, em que se baseiam suas expectativas? Nos sentimentos egoístas ou no Deus de amor?

Edna Maria Mota Nory

Conexão Eclésia
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