Costumes, superficialidade ou compromisso?
Durante uma leitura bíblica me recordei de um ensino que recebi há alguns anos atrás sobre os tipos de pessoas que estavam próximas a Jesus. Ele sabia exatamente quem o seguia e o porquê. Ele punha todos à prova, avaliava seus relacionamentos, em todo tempo ensinava e também confrontava aqueles que eram escravos da religião, do bem-estar e aparente necessidade, do pecado. Não exitava em pacientemente se doar em longas conversas com aqueles que eram realmente interessados em descobrir a vontade de Deus e supria todos que decidiam viver pela fé.
Abaixo, cito 3 grupos distintos que andavam próximos a Jesus:
1-Os religiosos, grupo que compreendia não apenas os saduceus, fariseus e outros integrantes de seitas judaicas, como também homens que eram simplesmente presos à tradições. Pessoas com um estilo de vida movido por regras e hierarquias que promoviam a glória humana. Estes iam à Jesus para competir, analisar e criticar a fim de não perderem a influência que exerciam por serem “mestres da lei”. “E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês?”(Mt 15:3) Esta pergunta de Jesus evidencia que os religiosos negociam princípios e colocam tradições e métodos à frente da obediência à verdade.
2-A “multidão” era composta por pessoas movidas pelo bem-estar e aparente necessidade. Buscavam Jesus pelo que ele podia dar. Cura de doenças, libertação, ouvir palavras e conselhos sábios para selecionar os que lhes convinha. Uma vida superficial, sem interesse de aprofundar o relacionamento com aquele que chamavam “mestre”. Certa vez, enquanto Jesus ensinava por meio de parábolas, ocorreu o seguinte: “Então ele deixou a multidão e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio no campo“.” (Mt 14:36) Perceba que aparentemente a multidão não se interessou em entender as parábolas.
3-Os discípulos: Ainda com base no texto acima, vemos que só os discípulos foram em busca de entender o que Jesus dizia, pois ansiavam por profundidade. Se continuar a ler o capítulo, você verá que Jesus se “empolga” com o anseio dos discípulos pelo ensino e continua a contar várias parábolas sobre o Reino. Os registros nos comprovam que os discípulos, apesar de no momento da crucificação terem abandonado Jesus, sempre foram praticantes do ensino e após a ressurreição foram os que destemidamente perpetuaram a vida e obra dEle, espalhando a sua doutrina em todo o mundo.
Assim como nos dias de Jesus, parece que encontramos os mesmos grupos compondo o cenário da Igreja. Não adianta apenas sermos conhecedores e compartilharmos do mesmo pensamento sobre essa reflexão. Precisamos fazer uma análise profunda de quem somos nós: Somos aqueles que simplesmente zelam por tradições, costumes, e vivem uma aparência de espiritualidade? Compomos uma multidão movida pelo bem-estar e aparente necessidade? Ou somos discípulos, fiéis aprendizes e testemunhas obedientes, praticantes da palavra, definitivamente imitadores de Jesus?
A igreja precisa recuperar sua identidade, viver com personalidade e evidenciar o caráter de Cristo.
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